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Batman: O que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas

Logo na introdução temos uma carta de amor escrita por Neil Gaiman contando como foi que conheceu o Morcegão. É importante salientar que todos nós fãs temos um primeiro contato (seja com qualquer personagem) que abre as portas para o abrangente e infinito universo dos gibis.

Eu me sinto exatamente como ele, pois gostar do Batman pra mim é apreciar “quase” toda sua trajetória desde 1939 até a fase atual. São diversos editores, escritores, artistas, atores e diretores que devotaram uma parte de suas vidas para dar continuidade a existência do mito.

É claro que como qualquer fã há alguma coisa que não apreciamos na extensa e longa trajetória do Cruzado Embuçado, mas não influi em nada em continuar adorando Batman.

Eu nunca imaginei que depois de adulto, casado e com filho estaria escrevendo num blog sobre aquilo que mais gosto na vida Batman, Superman e cia. A narrativa de Neil Gaiman aliada a arte de Andy Kubert entrelaça todos os mais de 70 anos do Homem Morcego mostrando fatos conhecidos e outros que podemos ir pesquisando para aprender mais.

Esta edição veio pra se igualar a já mítica homenagem ao kritptoniano: O que Aconteceu ao Homem de Aço? Que conta como seria a última edição do Azulão.

Escrita por Alan Moore e com arte de Curt Swan é uma singela homenagem ao herói no período da Era de Prata. Encerrando um momento histórico no pré-Crise, pois logo após veio a clássica reformulação por John Byrne. É uma edição que vale a pena ser lida e guardar na estante.

Bom, o Beco do Crime é o local aonde nós sabemos que os pais de Bruce foram assassinados e nesta HQ será o lugar de morte. Foi como se fechasse um ciclo onde o fim faz parte do princípio.

Logo no início a Mulher Gato chega num Gatomóvel um carro não utilizado pela ladra há muito tempo. Podemos notar que isto acontece no passado pelo guardador que pede 50 centavos para tomar conta do carro, porque este preço não faz parte da realidade atual.

Ao entrar no boteco Selina se depara com Joe Chill o clássico assassino dos Wayne e fica perplexa ao notar que ele já morreu. Quando o Duas Caras e o Coringa chegam também estão com carros personalizados mais a história flutua mistura presente e passado do personagem.

Nesta história você pode prestar atenção nela diversas vezes e encontrar algo diferente em todas que reler. Batman morreu ao sessenta anos de idade e mesmo assim não é uma coisa fácil de provar, pois a única personagem que é um constante flutuante é a Mulher Gato que muda de idade ao longo da narrativa.

Voltando, em seu funeral temos seus amigos mais próximos e todos seus inimigos mortais que combateu para defender Gotham City. É aí que a história tornasse muito peculiar, porque podemos ver cada um de todos os presentes contando como foi que conheceram o Morcegão e presenciaram  seu último momento.

A Mulher-Gato nos anos 40 deixando de ser ladra para tornar-se dona de uma loja de animais (como a personagem original), Alfred inventando disfarces e criando vilões para ajudar o patrão a desvendar crimes.

Na verdade Alfred foi um ator antes de virar mordomo da família Wayne. E por incrível que pareça o próprio Alfred virou o Coringa o pior inimigo do Batman para ajuda-lo em sua insana cruzada contra o crime.

E depois notamos Betty Kane a primeira Batgirl (que ao longo dos anos tornou-se Labareda, dos Novos Titãs) contando sua versão e neste momento a arte muda para o estilo de Dick Sprang (aquele adotado na série animada Batman: Os Bravos e Os Destemidos).

E por falar em estilo Andy Kubert homenageia os mestres anteriores que desenharam o herói: Bob Kane, Jerry Robinson, Neal Adams entre outros trazendo o modo deles desenhar é incrível.

Ainda temos o Sr. C, Dick Grayson, R’as Al Ghul, Cara de Barro e até Superman um de seus maiores amigos e que mantem ideias totalmente diferentes no modo de combater o crime. Contando como foi o seu último momento ao lado do Batman.

Mais quando  Batman está conversando com Martha (sua mãe) temos uma cena linda com todas  as melhores HQs do personagem: Ano Um, A Queda do Morcego, Asilo Arkham, O Filho do Demônio e uma contra o Morcego Humano que infelizmente ainda não conheço simplesmente demais.

E aí que temos a verdadeira definição do  Morcegão um homem que não se detém por nada e nem ninguém. Sempre atrás daquilo que almeja não importa como para defender os inocentes a quem jurou proteger mesmo que isso possa custar a sua própria vida.

Assim que acaba o encadernado ainda somos brindados com outras HQs que contam com o roteiro de Neal Gaiman: Um Mundo em Preto e Branco, da série Black and White, com arte de Simon Bisley;  Pavana com arte de Mark Buckingham; Pecados Originais com arte de Mike Hoffman e “Quando” é uma Porta por Bernie Mireault.

Na verdade não histórias tão importantes assim, mas demonstram o quão versátil é nosso herói. Elas contam mais do universo do Morcegão e algumas eu nunca havia lido. Tenha uma boa leitura.

HQ: Batman: O que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?

Editora: Panini Comics

Texto: Neil Gaiman

Desenhos: Andy Kubert

Arte-final: Scott Williams

Cores: Alex Sinclair

Mês/Ano: Abrirl/2013

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Batman: Ano Um

O megaevento Crise nas Infinitas Terras lançou as bases para a reformulação dos personagens da DC.

John Byrne ficou com o Superman, George Pérez a Mulher-Maravilha e Frank Miller depois do sucesso de Dark Knight foi chamado pra reformular Batman que desta vez teve arte de David Mazzucchelli. Ambos haviam trabalhado em A Queda de Murdock HQ do Demolidor de grande sucesso da Marvel.

Quando li Ano Um pela primeira vez fiquei impressionado com Bruce arrebentando uma árvore com o pé fato que comentei com meu amigo Dênis.

Nesta época eu não tinha ideia da dimensão desta HQ. Com o relançamento pela Editora Abril em 2002 pude notar a trama como se fosse um filme noir.

O que um crime brutal pode fazer a mente de um garoto de 8 anos? A vingança pode destruir sua alma ou ser aditivo para algo maior?

Apesar do jeito durão Batman quer um mundo aonde nenhuma criança passe pela tragédia na qual viveu (vemos isso no episódio “Um Mundo Melhor” do desenho da Liga da Justiça um dos melhores desta fase diga-se de passagem.)

Bruce retorna a Gotham City depois de viajar pelo mundo treinando arduamente corpo e mente até atingir o auge da perfeição humana para iniciar sua cruzada contra o crime.

E ao mesmo tempo o então Tenente James Gordon chega a cidade de trem. Em sua primeira tentativa de sair as ruas como justiceiro Bruce aprende que apesar de suas habilidades falta uma vantagem é o presságio da entrada do morcego pela janela que o faz decidir confeccionar o traje para aterrorizar o coração dos criminosos.

Presenciamos a clássica cena do assassinato no Beco do Crime e ficou faltando apenas o juramento de vingança no túmulo dos pais que eu acho ser algo importante na mitologia do Cruzado de Capa.

Gotham é uma cidade sem esperança até o surgimento do Batman que como uma sombra ataca friamente. Mesmo defendendo a população ele é tratado como criminoso.

A cena em que Batman é encurralado pela equipe da Swat num prédio e sai junto com os morcegos foi reprisada em Batman Begins (2005) prova definitiva de que se deve beber direto da fonte.

Ao trabalhar corretamente Gordon é vítima da corrupção política,mas com o auxílio do Batman é forjada uma nova e duradoura amizade.

Harvey Dent também desempenha importante função nesta história dada sua aliança como vigilante para prender criminosos de toda estirpe e temos a aparição da Mulher Gato, retratada aqui como uma ex-prostituta iniciando sua carreira criminosa.

Há referências aqueles que contribuíram para o surgimento do personagem : Finger Memorial (Bill Finger co- autor do Batman), Missão Sprang (Dick Sprang importante ilustrador dos anos 40) e Robinson Park ( Jerry Robinson outro importante artista dos anos 40).

A importância desses três artistas para o universo do Homem Morcego é tão grande que não vou colocar neste resumo quero falar sobre eles futuramente e embreve.

Se no Cavaleiro das Trevas Batman volta a ativa após 10 longos anos de recesso e consegue isso com êxito. Em Ano Um ficamos conhecendo o primeiro ano de carreira do Homem Morcego e como esta trajetória com percalços, vitórias e aliados teve início.

Ao finalizar mais essa ótima leitura você terá a exata noção de como nasceu a lenda do personagem que é um dos mais queridos das HQs.

Título original: Batman Year One

Ano:1987

Arte: David Mazzucchelli

Texto: Frank Miller

Colorista: Richmond Lewis

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