Xena: A Princesa Guerreira
Musas de Tinta abre um novo precedente em comentar uma heroína vinda de uma série televisiva. Como havia comentado sobre “algumas versões” de Hércules agora é a vez da única personagem que pode rivalizar com ele (tanto que fez um sucesso enorme na época).
Logo na introdução já mostrava que era totalmente radical demonstrando um mundo violento que ansiava por alguém de coragem que lutasse pelos inocentes.
Dizem as lendas que Lucy Lawless ganhou o papel título porque Vanessa Angel ( da versão televisiva de Mulher Nota Mil) ficou doente.
Ela já havia participado algumas vezes antes da série do filho de Zeus caracterizada como Lyla esposa de Deric, o centauro (se não me falha a memória havia um certo preconceito entre humanos e centauros). Em Hércules e as Amazonas fez Lysia uma poderosa guerreira (não foi á toa que mereceu ganhar o estrelato).
A série tem como locação a Nova Zelândia durando entre 1995 a 2001. Na história temos as aventuras de Xena uma ex-assassina que a fim de compensar seus pecados sombrios. Tenta se redimir ajudando os inocentes e lutando contra toda injustiça e malfeitores que encontra em sua jornada.
Pra mim era impossível ver Xena (Lucy Lawless) e não pensar na Mulher-Maravilha, pois se conseguiam fazer algo tão semelhante assim. Ambas são guerreiras e heroínas de mitologia com personalidade forte e marcante. Então porque é tão difícil termos alguma adaptação decente sobre Diana (ou seja na telona ou na TV)?
Os produtores de Hollywood como sempre deixam a desejar e nós fãs ficamos com a insatisfação de não podermos apreciar nossos personagens.
Surgindo como spin-off de Hércules (Kevin Sorbo) foi uma série muito melhor do que a do fortão, pois Xena lutava de uma maneira mais violenta e espetacular. Eram lutas aonde demonstravam sua agressividade era o que eu mais apreciava.
Aí está uma grande diferença entre as duas séries o comportamento totalmente dispare entre os seus personagens principais, pois enquanto Hércules geralmente era um tipo de apaziguador (usando a força somente em último caso). Em contrapartida Xena brigava e lutava mostrando ser também uma ótima estrategista (e isto chamava minha atenção).
Será que “talvez” houve intencionalmente uma inversão de papéis mostrando uma mulher com personalidade forte enquanto o homem era mais suave?
É claro que a beleza de Lucy Lawless ao lado de Renee O’Connor (Gabrielle) ajudavam pra gente assistir as aventuras e isto eu não posso negar.
Lucy Lawless participou de Arquivo X (só não me lembro de qual episódio específico), mas ela era um tipo de supersoldado se não me engano.
Enquanto na série do filho de Zeus havia Salmoneus (Robert Trebor) um mercador que sempre tenta tirar proveito de qualquer situação.
Na Princesa temos Joxer (Ted Raimi) que era o contraponto dentro da série. Tinha toda postura de grande guerreiro, mas era um covarde de marca maior (totalmente atrapalhado dificultando a vida das heroínas). E até ajudando em outras ocasiões (só que sua participação é sempre engraçada mostrando ser a parte frágil da personalidade feminina na equipe).
Lembrando que o ator Ted Raimi aparece na franquia do Homem-Aranha de Sam Raimi. Interpretando Hoffman um pobre trabalhador pisoteado por J. J. Jameson (J. K. Simons).
Como o título diz Xena era uma guerreira demonstrando suas habilidades de combate sempre que necessário. Além de utilizar artes marciais valia-se também do “Toque de Xena” ao pressionar no pescoço pontos vitais para retirar confissões de seus inimigos (alguém se lembra que o Sr. Spock faz algo muito parecido?). E sua arma incrível chakram, um disco de metal afiado que usava para enfrentar ou se defender.
Apesar de já ter tido um affair com Hércules podemos notar que Xena tinha também uma relação amorosa com Gabrielle (fato que a tornou ícone do público GLS).
As cenas são bastante sutis, mas definem bem uma relação repleta de carinho, afeição e companheirismo. Quando Xena esteve presa no Oriente quem lhe demonstrou um novo caminho a seguir foi Lao Ma ensinando-a a ter valores que antes nunca haviam passado por sua cabeça.
Apesar de ter conhecido o amor com sua mestra (na época sua mente ainda estava ocupada com outros pensamentos) foi apenas com Gabrielle que tal sentimento veio realmente se fortalecer.
Gabrielle surgiu inicialmente como uma escriba pensando em narrar os feitos de Xena. Nesse período era um tanto desajeitada, mas com o tempo sua personalidade foi se aprimorando até tornar-se uma guerreira (sua primeira arma é um cajado).
Xena era uma mulher sexualmente livre indo pra cama com quem lhe conviesse (um aspecto até libertador na forma de mostrar a imagem feminina na TV).
Deitando-se até com seu inimigo o deus Ares vivido pelo saudoso ator Kevin Tod Smith (que infelizmente faleceu de forma trágica). Há suposições que Ares “talvez” seja seu pai então é explicada sua incrível força física sendo ela possivelmente uma semi-deusa.
Por que provavelmente ele deve ter se disfarçado para possuir a mãe de Xena. Mais vale lembrar que na mitologia Zeus já havia se disfarçado várias vezes para deitar-se com mulheres sejam elas mortais ou deusas.
Então aqui também temos uma “suposição” que demonstra uma relação de incesto (um verdadeiro tabu em nossa sociedade), porém algo comum nos relatos mitológicos e até na sociedade antiga grega.
Fora isso Ares sempre queria destruir Hércules por causa da atenção dada por Zeus, pois eles eram meio-irmão ( lembrando simplesmente a relação Thor e Loki).
A heroína era uma fiel seguidora do deus da guerra que durante este tempo agia friamente em prol da ganância e destruição, mas depois ficamos sabendo que Ares estava apaixonado por ela. Querendo a princípio subjuga-la para provar seu poder divino já que Xena demonstrava ser uma mulher incomparável e assim ficaram vários episódios nesta disputa. Até que conseguiu provar a sinceridade de seus sentimentos.
A pior arqui-inimiga da heroína era Callisto (Hudson Leick) que vivia consumida por um eterno desejo de vingança. No período em que a heroína ainda era uma mercenária seu exército destruiu a vila onde Callisto morava quando criança (perdendo toda sua família).
Callixto prova ser tão boa em combate quanto Xena treinando arduamente com a única intenção de derrota-la. Suas atitudes são de uma psicopata, pois recrutou um exército para “matar” usando o nome de seu desafeto. Callisto é a demonstração de como seria Xena se Hércules não a tivesse ajudado a mudar seu modo de vida.
As lutas entre as duas são brutais e apesar de sua equivalência em poder de luta pendem “quase” como vitórias de Callisto (deixando Xena exausta e a beira da morte).
Um episódio que gosto é o Crepúsculo dos Deuses no qual Xena precisa salvar sua filha Eva de ser morta pelo habitantes do Olimpo. Há uma intenção de mostrar o cristianismo pelos ensinamentos de Eli. Eva tornou-se uma guerreira cruel chamada Lívia e para salva-la da ira dos deuses Xena ganha o poder de mata-los (foram cenas impressionantes e memoráveis).
Isto também veio consolidar o que havia sido feito em Hércules aonde temos vários elementos de mitologias antigas de períodos históricos diversos como pessoas ou mitos agindo ao mesmo tempo dentro da série.
Tal intenção foi uma boa sacada em alguns momentos e ruim em outros, pois acabaram perdendo o rumo das coisas. Apesar de não se ater apenas a mitologia grega tivemos, nórdica, chinesa e até cristianismo (a salvação pelo perdão e o amor). Há até reencarnação acontecendo com Xena e Gabrielle que acordam no futuro (situado nos anos 90 é claro) quando descobrem que há fãs de Xena e Gabrielle e que as histórias não aconteceram daquela maneira.
Se por um lado foi algo interessante acabou por jogar fora boa parte do divertimento que havia na série. Eu preferia que se mantivessem nos tempos antigos. Só pra constar os fãs de Xena se intitulam de xenites (não sei explicar por qual motivo).
Confira na galeria abaixo algumas imagens de Xena: A Princesa do Poder