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Batman: Através dos Tempos

batman

Bat-desenhos – Segunda Parte

Há uma quantidade enorme de desenhos do Homem-Morcego  que vão desde 1968 (Filmation), passando por Super Amigos, a aclamada versão dos anos 90 e chegando até 2013.

São desenhos que exploram ainda mais a mitologia do herói, mas que não conseguem agradar a gregos e troianos.

Chega de enrolação e vamos aos bat-desenhos

The-Batman

O Batman – 2004

Esta série quebra o clima clássico dos anos 40 que havia em seus predecessores mostrando exatamente a vida do Morcegão logo após seu treinamento (num período com menos experiência no combate ao crime).

E pra dizer a verdade essa versão do herói foi feita pro público infantil querendo angariar uma nova leva de fãs.

Tanto que podemos notar o estilo anime feito pelo artista Jeff Matsuda e apesar de Gotham continuar uma cidade sombria, no entanto a mudança nas origens dos vilões ficou ruim pra caramba.

A única coisa de relevante que pude ver foi porque odiavam o Morcego. Além disso tudo lembro que detestei aqueles batgadgets que surgiram apenas pra vender brinquedos depois.

Queria ter visto a versão da Liga da Justiça só que o SBT esteve exibindo a série, mas como sempre do nada retirou do ar e pra piorar nunca lançaram todos os episódios em DVD.

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Batman: Os Bravos e Destemidos – 2008

O herói já teve diversas adaptações pra telinha através dos anos. Fora a série dos anos 90 e sua participação na Liga da Justiça esta também é uma das melhores feitas com o Homem-Morcego.

Retirando o tom sombrio que havia anteriormente e baseando o herói no estilo do artista Dick Sprang (que desenhou o personagem nos anos 60).

Temos um Batman mais heroico do que nunca, voltando a ter realmente não só a aparência, mas o jeitão de personagem antigo. Falando frases de efeito e um ar mais inocente de ver a eterna luta do bem contra o mal.

No inicio de cada episódio havia uma introdução aonde o Morcego estava em ação com outro herói (e depois da abertura outra aventura diferente começava).

A melhor parte foi a inclusão de outros personagens como Superman e a Mulher Maravilha sendo mostrados com seus trajes, conceitos e feições originais. É claro que isto foi estendido para os coadjuvantes como: Lois Lane, Jimmy Olsen, Steve Trevor entre outros.

E também temos a participação de alguns heróis como Arqueiro Verde que na verdade nunca admirei, pois só passei a gostar por causa desta versão. Batman e o Arqueiro são parceiros que sempre estão “competindo” pra saber quem é o melhor herói (quem salva mais pessoas ou derruba mais vilões e por aí vai).

O fato de ambos não terem superpoderes os colocam no mesmo patamar e isso fico interessante. O Morcegão tem diversos parceiros como Aquaman, um chato que adora contar aventuras (estreladas por ele mesmo).

Homem-Borracha, numa versão engraçadíssima e muito divertida (aliás é por causa dele que o Flash ganhou aquele jeito debochado na animação da Liga). E o Besouro Azul, Jaime Reyes, o último a usar o escaravelho.

Um adolescente fã do Morcegóide que aprende a se tornar herói e nós acompanhamos sua jornada com tropeços e acertos.

A série animada deu espaço para que as lendas originais como a Sociedade da Justiça brilhassem novamente, trouxe o pentelho do Bat-Mirim (versão do Mxyzptlk) e até o Tornado Vermelho que geralmente é jogado pra escanteio conseguiram fazer algo de relevante com o herói.

Isto sem comentar a galeria de vilões, pois pegaram personagens que estavam lá no fundo baú e trouxeram á tona tipo: Rei Relógio, Homem-Pipa, Homem-Gato entre outros.

Se a intenção era pegar as crianças pra assistirem. A qualidade chamou a atenção dos fãs mais antigos (como este humilde comentarista).

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Beware the Batman – 2013

Feita com a tecnologia em CGI esta versão do Morcegão veio na intenção de resgatar o lado detetivesco do personagem. E além da mudança em Alfred que virou um agente secreto temos a inclusão da espadachim Katana, do grupo Renegados (auxiliando-o na luta contra o crime).

O principal vilão desta vez é o Anarquia e suas histórias nos quadrinhos geralmente giram em torno de temas políticos ou filosóficos. Só que ainda podemos notar a presença de Tobias Male, Doutor Porko, Ra’s al Ghul, Alex Alex, Senhor Sapão e Magpie. A vilã surgiu na época em que John Byrne estava desenhando o Azulão.

Não gostei do visual apresentado pra esta versão, pois já tinha visto algo assim em Lanterna Verde: A Série Animada (tanto que cancelaram). Pra mim ficou tudo parecendo falso demais (prefiro o estilo tradicional). Só o tempo irá dizer se este tipo de animação vale a pena ou os produtores irão deixa-la de lado.

Por enquanto na telinha ainda não teve nenhum episódio de Beware the Batman sendo exibido, mas gostaria de ver pra ter uma ideia sobre o assunto.

Veja aqui a primeira parte.

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Batman: Através dos Tempos

adam west and burt ward

Batman & RobinAdam West and Burt Ward -1966 a 1968

A série do Homem-Morcego pode ser definida como ame-a ou deixe-a, pois há diversas pessoas que odeiam esta adaptação do herói. Eu adoro até hoje, pois confesso que sou um nostálgico de coração.

Geralmente leio  comentários ruins sobre este saudoso seriado, mas não vejo desta forma. É justamente por sua roupagem cômica e por estar na longínqua década de 1960 (uma época de grandes mudanças culturais e experimentações), que considero uma das melhores adaptações do Batman até aquele momento.

A série têm o mérito de popularizar ainda mais o Cruzado Embuçado, pois mesmo com recursos tecnológicos fracos e cenários paupérrimos o fato crucial é que fizeram um seriado com o que tinham na época.

Eles conseguiram construir uma série que deu ao Morcegão o status de ícone pop. E somente isso é o que se pode dizer que foi importante.

Lembro que logo na abertura tinha uma animação ao estilo de Dick Sprang com a Dupla Dinâmica sorridente aonde tinha as onomatopéias (Pow, Soc e Crash!), cores fortes, enquadramentos tortos e fortes traços do movimento Pop Art.

Havia diversas  participações especiais de celebridades como Sammy Davis Jr., Jerry Lewis, Joan Collins, Dick Clark, Liberace, Don Ho entre outros  que prestigiaram o seriado aparecendo nos episódios.

Quando os heróis escalavam o prédio pela batcorda  as capas eram puxadas por um fio para ficarem retas. E na verdade estavam andando inclinados no chão que foi caracterizado para ficar parecendo um prédio.

E em cada final de episódio havia um gancho aonde os heróis estavam á beira da morte nos incentivando a continuar vendo o próximo para saciar a curiosidade sobre qual seria o desfecho da Dupla Dinâmica.

Parece até que assisti ontem um episódio da série de tanta recordação boa que tenho.

A coisa mais nostálgica deste seriado era a Tia Harriet (Madge Blake) uma adorável e simpática senhora que não sabia da identidade secreta de Bruce e Dick. Harriet foi criada por Bill Finger e Sheldon Moldoff e surgiu no quadrinhos apenas para afastar a suposta homossexualidade dos personagens fomentada pelo livro “A Sedução do Inocente”, de Frederick Wertham.

Aliás até Alfred Pennyworth (Alan Napier) migrou para o seriado, pois na época era considerado morto nos quadrinhos. Porém com o sucesso da série ressuscitaram o personagem das HQs.

Estranho era constatar que o Comissário Gordon tinha uma linha direta com a Batcaverna e nas HQs que li não havia nada disto. Desde pequeno lembro que não gostava do Robin com aquela expressão: santa-não-sei-o-que pra lá e pra cá a todo momento.

Ainda mais depois de um episódio em que a Mulher-Gato ia beijar o Morcegão e o Garoto-Prodígio atrapalhou o romance. Mas  Burt Ward sofreu para poder interpretá-lo dizem as lendas que o ator sofria diversos acidentes, porque não tinha duble nas cenas de ação.

Outro fato curioso é que ele foi perseguido pela Liga da Decência, grupo que cuidava da censura na TV, por ser bem dotado e aquilo ficava aparecendo pelo uniforme. Uma das soluções que arranjaram foi dar remédios pro rapaz para resolver o problema só que não surtiu efeito nenhum.

E para acabar de vez com a perseguição decidiram filmar o Robin apenas da cintura pra cima nos episódios seguintes, coitado!

A série também introduziu um dos maiores sonhos de consumo de todo fã ao redor do mundo e também deste que vos escreve o Ford Impala customizado que virou o Batmóvel movido por uma turbina de foguete. O Batmóvel de 1966 é dos carros do mundo de ficção mais lindos e sensacionais que conheço.

Rei Tut

Vilões

Os vilões do Morcegão nesta série são os mais escabrosos possíveis, pois temos o Rei Tut (William Omoha MacElroy) que na verdade era um professor de egiptologia que ao cair uma pedra em sua cabeça pensava ser a reencarnação do tal rei.

Outro vilão surreal era o Face Falsa que foi criado por Bill Finger, em 1958.   Aonde especulavam que quem  estava por trás da máscara era Frank Sinatra, Cary Grant ou Sammy Davis Jr.  tudo mentira, pois quem atuava era Malachi Throne (que interpretou o Commodore José Mendez em Star Trek, a série clássica). Diga-se de passagem um episódio muito bom.

O Cabeça de Ovo (Vicent Price) um dos homens mais inteligentes do mundo que possuía um grande ego. Vivia falando sobre si mesmo e do seu brilhantismo e pretendia escrever um livro intitulado “Como ser o melhor criminoso do mundo“.

E ainda haviam os vilões mais conhecidos como o Coringa, de Cesar Romero que mais parecia  um palhaço do que um maluco psicótico como estamos  acostumados a vê-lo atualmente. O Pinguim interpretado pelo saudoso Burguess Meredith aonde dizia Quack, Quack, Quack com seu guarda-chuva  pra cada tipo de coisa. E que ficou marcado anos depois como treinador do Rocky Balboa no filme de 1974.

Neste seriado gosto dos vilões clássicos: Coringa, Pinguim, Charada e Mulher-Gato, pois são os melhores o resto são nonsense demais pro meu gosto, pois nunca achava graça neles.

Na verdade a melhor parte deste batseriado não é ver Batman e Robin esmurrando os bandidos ou fugindo das armadilhas que os vilões aprontavam. E sim ver desfilando de malha colante a linda Yvonne Craig a Batgirl e a sensualíssima Mulher- Gato de Julie Newmar.

Figuras femininas que povoam a mente de milhares de fãs tanto masculinos  como femininos, porque notamos  diversas modelos cosplayers que nos eventos  dão o ar de sua graça vestidas destas personagens.

Bom, ao longo dos anos estamos assistindo diversas releituras do Batman e Superman atualizando-os para a sociedade da época mantendo os mitos renovados.

Diga-se que ambos os heróis tinham um rígido código moral durante a Era de Ouro que até matavam seus oponentes. As atitudes violentas de Batman não são obras da mente criativa de Frank Miller, pois em várias HQs do Homem-Morcego original era visto portando arma de fogo. Fato que foi drasticamente mudado algum tempo depois.

Hoje em dia prezam a vida humana acima até da deles próprios. Não existe nada mais impactante do que isto. Eu vou ficar velho e os heróis continuaram sendo imortais mantendo acessa a chama nos corações dos fãs eternamente.

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HQ

Batman: Ano Um

O megaevento Crise nas Infinitas Terras lançou as bases para a reformulação dos personagens da DC.

John Byrne ficou com o Superman, George Pérez a Mulher-Maravilha e Frank Miller depois do sucesso de Dark Knight foi chamado pra reformular Batman que desta vez teve arte de David Mazzucchelli. Ambos haviam trabalhado em A Queda de Murdock HQ do Demolidor de grande sucesso da Marvel.

Quando li Ano Um pela primeira vez fiquei impressionado com Bruce arrebentando uma árvore com o pé fato que comentei com meu amigo Dênis.

Nesta época eu não tinha ideia da dimensão desta HQ. Com o relançamento pela Editora Abril em 2002 pude notar a trama como se fosse um filme noir.

O que um crime brutal pode fazer a mente de um garoto de 8 anos? A vingança pode destruir sua alma ou ser aditivo para algo maior?

Apesar do jeito durão Batman quer um mundo aonde nenhuma criança passe pela tragédia na qual viveu (vemos isso no episódio “Um Mundo Melhor” do desenho da Liga da Justiça um dos melhores desta fase diga-se de passagem.)

Bruce retorna a Gotham City depois de viajar pelo mundo treinando arduamente corpo e mente até atingir o auge da perfeição humana para iniciar sua cruzada contra o crime.

E ao mesmo tempo o então Tenente James Gordon chega a cidade de trem. Em sua primeira tentativa de sair as ruas como justiceiro Bruce aprende que apesar de suas habilidades falta uma vantagem é o presságio da entrada do morcego pela janela que o faz decidir confeccionar o traje para aterrorizar o coração dos criminosos.

Presenciamos a clássica cena do assassinato no Beco do Crime e ficou faltando apenas o juramento de vingança no túmulo dos pais que eu acho ser algo importante na mitologia do Cruzado de Capa.

Gotham é uma cidade sem esperança até o surgimento do Batman que como uma sombra ataca friamente. Mesmo defendendo a população ele é tratado como criminoso.

A cena em que Batman é encurralado pela equipe da Swat num prédio e sai junto com os morcegos foi reprisada em Batman Begins (2005) prova definitiva de que se deve beber direto da fonte.

Ao trabalhar corretamente Gordon é vítima da corrupção política,mas com o auxílio do Batman é forjada uma nova e duradoura amizade.

Harvey Dent também desempenha importante função nesta história dada sua aliança como vigilante para prender criminosos de toda estirpe e temos a aparição da Mulher Gato, retratada aqui como uma ex-prostituta iniciando sua carreira criminosa.

Há referências aqueles que contribuíram para o surgimento do personagem : Finger Memorial (Bill Finger co- autor do Batman), Missão Sprang (Dick Sprang importante ilustrador dos anos 40) e Robinson Park ( Jerry Robinson outro importante artista dos anos 40).

A importância desses três artistas para o universo do Homem Morcego é tão grande que não vou colocar neste resumo quero falar sobre eles futuramente e embreve.

Se no Cavaleiro das Trevas Batman volta a ativa após 10 longos anos de recesso e consegue isso com êxito. Em Ano Um ficamos conhecendo o primeiro ano de carreira do Homem Morcego e como esta trajetória com percalços, vitórias e aliados teve início.

Ao finalizar mais essa ótima leitura você terá a exata noção de como nasceu a lenda do personagem que é um dos mais queridos das HQs.

Título original: Batman Year One

Ano:1987

Arte: David Mazzucchelli

Texto: Frank Miller

Colorista: Richmond Lewis

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