Arquivo da tag: john byrne

Meu Texto

X-Men-Dias-de-um-Futuro-Esquecido

X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido

Este novo filme dos mutantes que trará novamente Bryan Singer para a franquia que ajudou a consolidar acabou me lembrando o gibi de onde parte da história será adaptada de forma livre..

Os X-Men surgiram nos anos 1960 como uma metáfora para o racismo, mas seu sucesso começou realmente a partir da inclusão de um certo baixinho canadense muito invocado na equipe.

Por mais que seja louvável as ideias originais que Stan Lee e a bela arte do mestre Jack Kirby. Foi justamente a partir do trabalho criativo do roteirista Chris Claremont unido a arte do meu querido John Byrne que temos algumas das melhores e inesquecíveis sagas dos heróis.

A HQ é tão importante que aproveitara para inserir parte do seu contexto em Wolverine e os X-Men (2008) a série animada também explora o futuro sombrio dos mutantes em suas histórias.

Depois que o Instituto Xavier sofreu um ataque muito poderoso Jean aparentemente sumiu e o Professor ficou em coma nos dias atuais (enquanto sua versão futura) divide um elo telepático com Logan.

Ciclope é o líder natural da equipe só que ficou de fora, pois está mentalmente abalado pela falta de sua amada. A animação é a melhor feita com os mutantes de todas até agora. Mesmo que a versão dos anos 90 seja inesquecível sem sombra de dúvidas o nível visto aqui é totalmente superior.

Misturando diversos personagens mutantes de várias fases diferentes temos até velhos conhecidos nosso como Bishop, Mística e Dominó.

A personagem Medula da versão original do gibi volta neste desenho. Lembrando que no série animada  X-Men: Evolution (2000) a diferença esta no personagem Spyke, um sobrinho da Tempestade  que tinha os mesmos poderes da Medula.

Um fato interessante é a mal resolvida história de amor que rola entre Mística (foi a única vez que ela  demonstrou não pensar apenas em si própria) e Logan envolvidos no Projeto Arma X – que deu  ao Wolvie a famosa inserção de Adamantium em seu corpo.

As histórias se dividem entre passado com Wolverine tentando deter a morte do Senador Kelly e os acontecimentos que poderão desencadear aquela catástrofe. E futuro aonde este fatídico momento já aconteceu e Charles precisa se virar para manter-se vivo (orientando Wolverine sempre que possível).

Lembro que Logan estava relutante em assumir a liderança da equipe, porém mesmo com seu temperamento explosivo consegue desempenhar muito bem a função.

Outro fato que vale a pena comentar é que Noturno e Wanda, a linda Feiticeira Escarlate, tiveram um caso de amor que não foi em frente por causa da intervenção de Magneto (cara chato!).

hq-clássica

HQ

Foi publicada pela primeira vez aqui no  Brasil em Superaventuras Marvel #45 e 46 e também X-Men Especial #2 .

Este gibi precedeu o Exterminador do Futuro e sinceramente há várias coincidências em seus conceitos (James Cameron roteirista e diretor do filme clássico nunca determinou se teve inspiração direta no gibi).

A saga marcante pra mim deixou como legado Rachel Summers, filha de Scott e Jean desta linha temporal alternativa que depois foi inserida na continuidade normal (Terra 616).

Mostrando um futuro apocalíptico onde os mutantes eram perseguidos e ficavam presos em campos de concentração. Um feito que infelizmente lembra o período mais negro da história mundial o holocausto da Segunda Guerra Mundial.

Logo no inicio vemos uma Kitty Pride envelhecida andando por uma Nova York quase irreconhecível já que estava destroçada e repleta de escombros. Ela havia combinado de se encontrar com Logan e usava um colar inibidor de poderes mutantes.

Estamos no ano de 2018 (supostamente daqui a 4 anos apenas) e há três faixas sociais: “H”  de seres humanos normais (desprovidos de genes mutantes e que podem ter filhos), “A” de humanos anormais (pessoas comuns possuidoras de genes mutantes proibidas de ter filhos) e “M” , de mutantes a faixa mais baixa da sociedade, composta por párias e marginalizados.

A humanidade voltou praticamente ao tempo das cavernas, pois Kitty viaja num vagão conduzido por cavalos e quando desce no centro de detenção após ser revista pelo sentinela. Podemos vê-la caminhando no cemitério aonde temos as lápides de vários heróis conhecidos nossos: Kurt Wagner, Scott Summers, Charles Xavier, Reed Richards, Bem Grimm, Susan Richards entre outros.

A verdade que neste futuro assustador os robôs Sentinelas caçam e chacinam os mutantes com permissão do governo.

Restam apenas poucos mutantes: Magneto (paralítico preso numa cadeira de rodas tipo Charles), Wolverine (responsável pela Resistência Canadense), Kitty (aqui conhecida como Ninfa), seu marido Colossus e Ororo. Juntos a Franklin Richards e sua namorada Rachel – compõe o núcleo da resistência Anti-Sentinela.

Eles estavam trabalhando secretamente num bloqueador para desligar os colares desinibidores que impossibilitam o uso de seus superpoderes. Então voltamos pra 1986 na sala de treinamento nos primeiros dias de Kitty como uma X-Men.

Nesta época a equipe era liderada pela Tempestade (e Anjo, Colossus, Logan, Noturno e Ninfa completavam o time). Era a primeira sessão da Kitty na sala de perigo e estava se saindo muito bem até que desmaiou de repente.

Nesse momento a consciência de sua versão futura viaja pro passado (Kitty foi escolhida, porque nesta época não havia sido treinada pra se defender de ataques psíquicos). E quando acorda conta sobre como foi parar lá.

A Irmandade de Mutantes estava planejando assassinar o Senador Robert Kelly candidato á presidência dos Estados Unidos e tal acontecimento desencadearia o registro de mutantes e fabricação em massa dos Sentinelas (Kitty fugiu deste futuro apocalíptico pra avisar seus amigos).

Enquanto Ninfa relata sua vida atordoante voltamos a 2018 quando Colossus, Wolverine, Rachel e Tempestade estão fugindo da unidade de concentração sendo perseguidos  e atacados por Sentinelas (Franklin Richards é friamente assassinado).

É quando vemos o famoso “arremesso especial” da dupla Wolvie e Colossus. Então somos conduzidos nestes acontecimentos entre passado e futuro. O corpo inerte de Kitty no futuro não sabe dos problemas que seus amigos enfrentam para poder protege-la.

No Pentágono temos Raven Darkholme, a Mística trabalhando infiltrada no escritório do secretário de defesa. Ela é a líder da Irmandade de Mutantes composta por Sina, Avalanche, Pyro e Blob (se não me engano Mística tem um caso amoroso com a Sina nesta época).

No Senado Charles e Moira McTaggert estavam num importantíssimo debate com o Senador Kelly quando os X-Men discretamente alertam o Professor sobre o que sabem, mas a Irmandade ataca quase que imediatamente.

O confronto que se inicia é rápido e catastrófico, pois em campo Ororo gostaria que Scott continuasse liderando a equipe, mas sua atuação não é ruim. Há diversos confrontos interessantes Blob x Colossus,  Pyro x Anjo e Noturno contra ele mesmo (quer dizer a Mística disfarçada é lógico).

No final quando vamos chegando ao ápice da narrativa tudo vai se intensificando de uma maneira que nos deixa preso no que lemos.  A HQ é envolvente seja no sacrifício de Wolverine, Colossus e Ororo tentando exterminar o controle dos Sentinelas ou Kitty  detendo Sina no último momento que iria matar o Senador.

E ainda deixando suspenso no ar que “talvez” aquele futuro ainda poderia acontecer. Não é a toa que esta história é considerada uma das melhores de todos os tempos dos X-Men.

x-men-days-of-future-past

Filme

Os mutantes vivem num futuro terrível aonde são caçados e exterminados pelos Sentinelas que são robôs gigantescos criados por Bolivar Trask (Peter Dinklage).

Somente poucos sobreviventes conseguem viver escondidos (senão também serão mortos). Entre estes remanescentes temos o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman). Juntos eles estão buscando uma forma de evitar que todos os mutantes sejam eliminados da face da Terra.

A única forma que encontraram foi enviar a consciência de Wolverine numa viagem pelo tempo até 1970. Quando irá ocupar o seu corpo daquela época tendo que procurar Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) ainda jovens para que unidos possam impedir aquela terrível realidade.

Dia de Um Futuro Esquecido irá pras telonas em 23 de maio de 2014. Quero estar lá pra assistir comentem se gostaram desta matéria.

2 Comentários

Arquivado em Meu Texto

HQ

arma x

Arma X:  A Origem de Wolverine

Vista aqui em Grandes Heróis Marvel n° 35, com arte, roteiro e arte-final do mestre Barry Windsor-Smith (bastante conhecido nosso da época que trabalhou em Conan).

A história surgiu originalmente em Marvel Comics Presents (72-84, em 1991) como uma maxi-série dividida em doze capítulos nos EUA. Nós tivemos a sorte de acompanhar a história na integra de uma vez só.

Os acontecimentos vistos aqui ocorrem durante o início dos anos 1960.

A HQ  tornou-se uma leitura obrigatória para sabermos a origem do baixinho (algo que nunca havia sido feito antes), pois mostra como conseguiu a inserção de adamantium e as garras que se tornaram seu maior atrativo.

Estes aspectos transformaram-se na forma definitiva de mostrar a origem de Wolverine definindo conceitos de seu universo que são abordados até hoje (tanto que foram mostrados também no filme X-Men Origens: Wolverine).

Quando começamos a ler o gibi somos apresentados ao Dr. Cornelius que estava lendo a ficha de Logan (parece que se conheciam).

Wolverine está numa grande fossa que não sabemos por qual motivo, mas nota-se que é um policial aposentado precocemente.  Passando suas noites no Profecia um hotel para cristãos que caíram em desgraça (sua vida era apenas beber e brigar).

Então foi sequestrado num estacionamento de bar de estrada por agentes do Programa Arma X (não sem uma grande resistência diga-se de passagem). O Programa Arma X era um projeto secreto para transformar mutantes em armas de guerra.

Na história não é mostrada aonde este lugar fica localizado. Preso no laboratório Wolverine é tratado como uma  simples cobaia pela equipe do Dr. Cornelius que trabalham de uma forma cruel e impiedosa usando  tortura física e mental.

Mostrando noites frias ao relento lutas contra uma alcateia de lobos e um enorme urso transformando-o numa impiedosa máquina de matar. E principalmente têm sua mente manipulada com memórias falsas.  Apagando sua memória para não revelar futuramente dados confidenciais.

Então tudo que havíamos lido anteriormente poderia não ter sido “memória falsa”.

Tanto que durante os anos seguintes este era o mote principal de qualquer roteirista que trabalhasse nas edições do herói (repetindo e trazendo novos acontecimentos ao passado nebuloso).

Quando inseriram o adamantium em seu corpo a dor foi tão grande que devido ao processo Logan voltou a um estado de selvageria e natureza sombria (evocando o carcaju animal de onde surgiu seu nome Wolverine).

Quando os cientistas achavam que Logan estava completamente controlado ele se liberta e causa um derramamento de sangue total na base (matando a todos que estavam lá). No final temos Logan perambulando pela floresta conectando ao momento em que James Hudson e sua esposa o encontram.

Barry Windsor-Smith nos mostra uma narrativa que nos instiga a ler como se participássemos da história, pois seus diálogos com cores diferentes e a ausência de balões nos induzem a isso.

Mesmo que saibamos de tudo que aconteceu em parte do passado do herói a HQ ainda se permite em deixar um assunto não revelado (como quem financiou o projeto).

Outra coisa interessante é que foi lançada (quase ao mesmo tempo) por aqui Wolverine n° 1, da Editora Abril com capa de John Byrne.

É nesta fase que ocorrem as aventuras na ilha de Madripoor e nosso herói é conhecido como Caolho, pois andava com um estranho tapa-olho.

Arma X é uma HQ obrigatória para ficar na estante de qualquer fã do baixinho canadense.

HQ: Grandes Heróis Marvel n° 35: Arma X: A Origem do Wolverine

Editora: Abril Jovem

Ano: 1991

 

Deixe um comentário

Arquivado em HQ.

Crítica

henry cavill

Superman: O Homem de Aço

Em 2006 após 10 longos anos de boatos de filmes que nunca aconteceram tivemos Superman: O Retorno, de Bryan Singer. Quem envergou a capa foi Brandon Routh que infelizmente ficou marcado por uma atuação muito fraca. A parte ruim foi colocar um filho existente apenas nas histórias do selo Elseworlds (Túnel do Tempo aqui no Brasil).

E então começaram a surgir boatos de um novo filme do herói que iria recomeçar tudo como se não tivéssemos visto nada anteriormente. Fiquei apreensivo pela direção de Zack Snyder, mas em compensação temos Christopher Nolan e David S. Goyer para ajuda-lo.

Pra mim não há como assistir ao Homem de Aço e deixar de notar as HQs que serviram de referência de boa parte da trama. Temos Superman: Origem Secreta na escola Clark descobre a visão de raio x.

Superman: O Legado das Estrelas mostrando Clark que viaja pelo mundo em busca de sua identidade. Superman: Terra Um onde um alienígena do planeta Dheron que ameaça a humanidade para que entreguem o kriptoniano que se esconde na Terra.

O Homem de Aço está abordando a mitologia do herói de uma forma bastante diferente da que vimos na versão anterior. Kal-El se questiona sobre seus poderes mais precisamente porque nasceu tão diferente. E porque não pode usa-los para o bem das pessoas.

Podemos notar que tudo tem significado e explicação definida mostrando que houve preocupação na abordagem que seria feita.

Uma coisa que nunca haviam feito antes era explicar o famoso “S” no uniforme que em kriptonês significa esperança (lembrando que o herói significa justamente isso nos gibis).

Quando Jonathan (Kevin Costner) diz pro Clark que precisa decidir no homem que se tornará e a discussão no carro onde Clark fala que Jonathan não é seu pai. Me lembrou do Homem-Aranha (2002), porque Tio Ben havia dito exatamente isso para Peter da mesma maneira (será que não prestaram atenção nisto ou foi de propósito?)

Só faltou dizer: “com grandes poderes vem grandes responsabilidades Clark”.

Na história temos toda a concepção do herói como estamos acostumados a conhecer nos gibis. O nascimento de Kal-El é algo inusitado na sociedade kriptoniana que manipula geneticamente as crianças ( tornando-se fria e estéril lembrando a versão de John Byrne).

O parto de Lara (Ayelet Zurer) é natural e isto não acontecia há anos em Krypton. Então entendemos a dor de Jor-El (Russell Crowe) e Lara ao ter que envia-lo pra Terra. Aliás Jor-El protagoniza ótimas cenas de ação mostrando vários lugares de Krypton (nas HQs pós reboot o cientista aventureiro desempenhou  o mesmo papel).

O filme mostra de forma bem clara que um ser de posse dos superpoderes que o Superman possui seria tratado da maneira que vimos. Apesar de sua herança kriptoniana Kal cresceu aqui tornando-se um misto dos dois mundos.

Tanto que não nenhuma menção a kryptonita, mas o Azulão fica fraco na nave demonstrando efeito parecido a exposição da pedra (momento que fica numa atmosfera similar do seu planeta natal). Foi algo bem colocado, pois esta história de pedrinha verde está batida demais.

Deu pra notar que Lois Lane ficou com a cor dos cabelos diferente, mas isso ficou irrelevante. Amy Adams está surpreendente mostrando Lois  inteligente e perspicaz. Ela vai atrás de pistas sobre o homem misterioso através dos locais que trabalhou demonstrando ser uma verdadeira jornalista ganhadora do Pulitzer que vemos nos gibis.

Apesar de não gostar dele notei a ausência de Jimmy Olsen e confesso que não fez falta nenhuma pra mim. Já Perry White (Laurence Fishburne) demonstrou ser mais um paizão do que aquele editor durão (mostrando uma outra face do personagem).

Jonathan Kent (Kevin Costner) define o caráter de Clark e na cena do ciclone faz algo impossível pra mim. Eu fiquei consternado naquele momento por causa de sua firmeza de caráter em pensar na vida do filho acima de tudo (foi chocante).

O Homem de Aço é impressionante, pois ver Superman voando foi magnífico ainda mais que Kal estava se divertindo demais com aquilo. E na parte onde o herói luta contra Faora (Antje Traue)  e o grandão na rua em Smallville me lembrou Superman 2 (cena que os vilões chegam numa cidadezinha).

General Zod (Michael Shannon) é um militar determinado que não poupa nenhum esforço para conseguir reerguer a glória perdida de Krypton.

Zod e Kal antagonizam por terem pontos de vista e vivencias totalmente diferentes. Enquanto Zod quer a qualquer custo rever Krypton com vida (Clark cresceu na Terra aprendendo nossos costumes).

Superman: O Homem de Aço te introduz na vida de Kal-El desde seu nascimento conturbado no planeta condenado, passando por sua infância, descoberta de poderes, educação e formação moral dada por Jonathan.

E sua caminhada pessoal em busca de si mesmo num mundo que desconfia de sua presença nele. Até que sua decisão de lutar não só por seu lar adotivo, mas pela mulher que ama mostra o verdadeiro herói que há em seu coração.

É bom enfatizar que a trilha sonora composta por Hans Zimmer torna nossa apreciação maior da aventura, pois acerta em harmonia em momentos primorosos da ação.

Afirmo que o mito está de volta, pois esta é a melhor adaptação cinematográfica do Superman de todos os tempos.

2 Comentários

Arquivado em Crítica

Meu Texto

LendasPANINI

As Eternas Crises da DC – parte 2

Lendas

Concebida originalmente para ser uma continuação direta de Crise nas Infinitas Terras. A mudança tornou-a algo totalmente diferente, pois a intenção da Crise era terminar com o confuso Multiverso.

Arrumando sua cronologia para pavimentar um novo rumo para a editora ou como conhecemos melhor um novo e reformado UDC. A Crise marcou a morte do antigo universo de 50 anos da editora.

E Lendas consolidou o início desta nova jornada, porque podemos afirmar que a minissérie marca o triunfal surgimento de uma geração renovada de super-heróis.

Desta vez contamos com a arte do meu artista preferido John Byrne, roteiro de Len Wein e John Ostrander e arte-final de Karl Kesel. Logo somos introduzidos em Apokolips o pior planeta de todo universo e lar do regente deus sombrio Darkseid.

O déspota espacial orquestra um plano estarrecedor junto ao seu lacaio Desaad e sua intenção é que haja uma única só voz comandando tudo a sua, é claro! Darkseid envia para Terra o Glorioso Godfrey e o Doutor Bedlam para iniciar a Operação Humilhação que consistia em desacreditar os heróis de nosso planeta para que reinasse absoluto sobre nós.

Aqui na Terra o plano começa a se desenrolar com o ataque do monstro Enxofre, mas Nuclear enfrenta-o e quase perde a vida fazendo isso. O novo Flash (Wally West) depois de um confronto com o  Pistoleiro têm dificuldades e as relata para Mutano.

Aliás esta foi uma temática muito interessante que expuseram na época, pois Barry era um herói muito importante e popular. Então após sua morte Wally assume em seu lugar com o grave problema de ter seus poderes reduzidos algo que vemos na edição Superalmanaque DC – N°1 – Origens Secretas.

Na história “Enterre os Mortos”, Wally conversa com um psicólogo sobre sua origem de Kid Flash e toda pressão que é ter que ostentar o legado de Barry e não se sentir a altura para fazê-lo. Talvez isto justificasse a reação dos fãs neste momento Pós-Crise mais Wally provou com o tempo provou ser um ótimo Flash. E no final temos o texto “Se” de Rudyard Kipling (o autor de Mogli, O Menino Lobo).

A diferença gritante foi na adaptação de Billy Batson estar trabalhando numa rede de TV e não numa estação de rádio como antigamente. Eu gostei e se não me engano Clark Kent também esteve de âncora nos anos 70. A pior parte é alguém que trabalha em frente a telinha ter que sair  correndo no meio da entrevista para salvar o dia é muito bizarro.

Voltando, G. Gordon Godfrey (aparece na animação da Liga da Justiça no episódio duplo “Eclipse”) estava na TV vociferando contra os super-heróis (mostrando algo totalmente parecido com o livro A Sedução do Inocente), pois seu discurso não difere em nada.

Ele era um apresentador de “talk show”, mas não há nenhuma referência ao Darkseid ou se ainda possui o poder de persuasão.

Quando surge Macro-Man destruindo a antena transmissora e forçando Billy a transformar-se no Capitão Marvel. E em sua luta contra o vilão quando estava quase sendo morto teve a ideia voltar para seu alter ego. Só que neste processo o raio mágico “matou” o vilão que combatia.

Chocando o inocente  Billy Batson que atormentado pelo acontecimento e pela multidão enfurecida decidiu não conjurar mais a palavra mágica.  Desta forma começando a consolidar o plano de Darkseid que consistia em fazer abalar a credibilidade dos super-heróis e destruir a crença das pessoas neles.

Lendas trouxe uma nova Força-Tarefa X comandada por Amanda Waller (gorda e não a bela versão magra do filme do Lanterna Verde) aonde Rick Flagg era seu auxiliar direto. Cheguei a ler algumas histórias na época mais não gostei de nada.

Vindos do séc. XXXI estavam Cósmico e sua namorada Lydda da Legião dos Super-heróis. Fiquei conhecendo-os nos gibis do Super-Homem e se não me falha a memória com ligação em Lendas.

O plano de conquistar a Terra ridicularizando seus heróis á distância orquestrado por Darkseid tinha um oponente que acreditava na capacidade humana de escolher o caminho do bem. O Vingador Fantasma um herói de aparência sombria que não conheço muito sobre ele. O Vingador sempre aparece nos momentos de maior conflito da humanidade agindo de maneira enigmática e auxilia os heróis em sua jornada  até o triunfo.

A campanha de Godfrey culmina num decreto presidencial de Ronald Reagan (ex-Presidente americano da época) em proibir que “todos” os heróis  continuem com suas atividades. Um dos méritos de Lendas foi terminar com a infame Liga Detroit composta por: Ajax,  Vibro, Gládio, Cigana, Vixen Homem-Elástico e Nuclear. Que não era vista com bons olhos  e preparou o caminho para alçar a fama a  inesquecível Liga cômica de Keith Giffen e JM DeMatteis.

A histeria fomentada por G. Gordon Godfrey  ganhou dimensões alarmantes, pois o Besouro Azul (Ted Kord) e o Lanterna Verde (Guy Gardner) foram atacados quando tentavam ajudar o cidadão comum. Como curiosidade quando  Guy enfrenta o vilão Mancha Solar ele é a cópia do herói Estigma do selo Novo Universo da Marvel, com o rosto do célebre editor Jim Shooter. Shooter foi também o criador do herói Estigma.

Voltando, até Batman que as pessoas normalmente sentem medo escapou de ser linchado por uma multidão graças á intervenção de Gordon, mas o Robin (JasonTodd) não teve tanta sorte assim sendo hospitalizado.

No Monte Rushmore o Esquadrão Suicida derrota Enxofre e então podemos notar que o monstro age como uma versão “distorcida” de Jesus Cristo. Quando o Sr. Destino entra no desafio convocando os heróis temos a formação da nova Liga da Justiça.

E além disso temos a primeira aparição da Mulher-Maravilha  no universo Pós-Crise. A renovação da heroína com George Pérez ainda é uma das melhores histórias dela de todas que já li até hoje.

Lendas é uma daquelas histórias importantes que ficaram marcadas pelo significado histórico de sua publicação. E ao lê-la de novo notei que ficou marcada também pelo seu diálogo expressamente “datado” como década de 80, mas podemos notar que parte do foco encontra-se nas crianças e o que os super-heróis representam no coração delas.

Pra mim é por isso que os mitos se perpetuam de geração pra geração, pois continuamos a conta-las pras crianças. Sua mente é um terreno fértil aonde as lendas irão se perpetuar.

A arte de John Byrne estava em uma de suas melhores fases porque Godfrey incita o povo contra os heróis, pois podemos notar a dramaticidade da expressão facial dos personagens consegue nos transferir pra dentro da trama.

Logo na introdução temos um texto de Mike Gold o editor da época mostrando a importância desta edição. Lendas não é tão importante pra mim quanto Crise, mas vale a pena ler, porque serve para entender os rumos que a editora queria tomar naquela época.

HQ: Grandes Clássicos DC 10: Lendas

Editora: Panini Comics

Desenhos: John Byrne

Argumento: John Ostrander

Roteiro: Lein Wein

Arte-final: Karl Kesel

Deixe um comentário

Arquivado em Meu Texto

HQ

batman

Batman: O que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas

Logo na introdução temos uma carta de amor escrita por Neil Gaiman contando como foi que conheceu o Morcegão. É importante salientar que todos nós fãs temos um primeiro contato (seja com qualquer personagem) que abre as portas para o abrangente e infinito universo dos gibis.

Eu me sinto exatamente como ele, pois gostar do Batman pra mim é apreciar “quase” toda sua trajetória desde 1939 até a fase atual. São diversos editores, escritores, artistas, atores e diretores que devotaram uma parte de suas vidas para dar continuidade a existência do mito.

É claro que como qualquer fã há alguma coisa que não apreciamos na extensa e longa trajetória do Cruzado Embuçado, mas não influi em nada em continuar adorando Batman.

Eu nunca imaginei que depois de adulto, casado e com filho estaria escrevendo num blog sobre aquilo que mais gosto na vida Batman, Superman e cia. A narrativa de Neil Gaiman aliada a arte de Andy Kubert entrelaça todos os mais de 70 anos do Homem Morcego mostrando fatos conhecidos e outros que podemos ir pesquisando para aprender mais.

Esta edição veio pra se igualar a já mítica homenagem ao kritptoniano: O que Aconteceu ao Homem de Aço? Que conta como seria a última edição do Azulão.

Escrita por Alan Moore e com arte de Curt Swan é uma singela homenagem ao herói no período da Era de Prata. Encerrando um momento histórico no pré-Crise, pois logo após veio a clássica reformulação por John Byrne. É uma edição que vale a pena ser lida e guardar na estante.

Bom, o Beco do Crime é o local aonde nós sabemos que os pais de Bruce foram assassinados e nesta HQ será o lugar de morte. Foi como se fechasse um ciclo onde o fim faz parte do princípio.

Logo no início a Mulher Gato chega num Gatomóvel um carro não utilizado pela ladra há muito tempo. Podemos notar que isto acontece no passado pelo guardador que pede 50 centavos para tomar conta do carro, porque este preço não faz parte da realidade atual.

Ao entrar no boteco Selina se depara com Joe Chill o clássico assassino dos Wayne e fica perplexa ao notar que ele já morreu. Quando o Duas Caras e o Coringa chegam também estão com carros personalizados mais a história flutua mistura presente e passado do personagem.

Nesta história você pode prestar atenção nela diversas vezes e encontrar algo diferente em todas que reler. Batman morreu ao sessenta anos de idade e mesmo assim não é uma coisa fácil de provar, pois a única personagem que é um constante flutuante é a Mulher Gato que muda de idade ao longo da narrativa.

Voltando, em seu funeral temos seus amigos mais próximos e todos seus inimigos mortais que combateu para defender Gotham City. É aí que a história tornasse muito peculiar, porque podemos ver cada um de todos os presentes contando como foi que conheceram o Morcegão e presenciaram  seu último momento.

A Mulher-Gato nos anos 40 deixando de ser ladra para tornar-se dona de uma loja de animais (como a personagem original), Alfred inventando disfarces e criando vilões para ajudar o patrão a desvendar crimes.

Na verdade Alfred foi um ator antes de virar mordomo da família Wayne. E por incrível que pareça o próprio Alfred virou o Coringa o pior inimigo do Batman para ajuda-lo em sua insana cruzada contra o crime.

E depois notamos Betty Kane a primeira Batgirl (que ao longo dos anos tornou-se Labareda, dos Novos Titãs) contando sua versão e neste momento a arte muda para o estilo de Dick Sprang (aquele adotado na série animada Batman: Os Bravos e Os Destemidos).

E por falar em estilo Andy Kubert homenageia os mestres anteriores que desenharam o herói: Bob Kane, Jerry Robinson, Neal Adams entre outros trazendo o modo deles desenhar é incrível.

Ainda temos o Sr. C, Dick Grayson, R’as Al Ghul, Cara de Barro e até Superman um de seus maiores amigos e que mantem ideias totalmente diferentes no modo de combater o crime. Contando como foi o seu último momento ao lado do Batman.

Mais quando  Batman está conversando com Martha (sua mãe) temos uma cena linda com todas  as melhores HQs do personagem: Ano Um, A Queda do Morcego, Asilo Arkham, O Filho do Demônio e uma contra o Morcego Humano que infelizmente ainda não conheço simplesmente demais.

E aí que temos a verdadeira definição do  Morcegão um homem que não se detém por nada e nem ninguém. Sempre atrás daquilo que almeja não importa como para defender os inocentes a quem jurou proteger mesmo que isso possa custar a sua própria vida.

Assim que acaba o encadernado ainda somos brindados com outras HQs que contam com o roteiro de Neal Gaiman: Um Mundo em Preto e Branco, da série Black and White, com arte de Simon Bisley;  Pavana com arte de Mark Buckingham; Pecados Originais com arte de Mike Hoffman e “Quando” é uma Porta por Bernie Mireault.

Na verdade não histórias tão importantes assim, mas demonstram o quão versátil é nosso herói. Elas contam mais do universo do Morcegão e algumas eu nunca havia lido. Tenha uma boa leitura.

HQ: Batman: O que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?

Editora: Panini Comics

Texto: Neil Gaiman

Desenhos: Andy Kubert

Arte-final: Scott Williams

Cores: Alex Sinclair

Mês/Ano: Abrirl/2013

Deixe um comentário

Arquivado em HQ.

Meu Texto

1

As Eternas Crises da DC – parte 1

Crise nas Infinitas Terras

“A história que revolucionou o universo!”

É a crise que do meu ponto de vista deveria ser a única e definitiva no UDC. Ela é importante pra mim não somente pelo fato de estar iniciando minha carreira de leitor, mas principalmente pelo que conseguiu apresentar no decorrer de sua extensa trama.

Bom, para falarmos sobre a crise devemos voltar para a década de 1950, pois foi justamente na HQ “Flash de Dois Mundos” escrita por Gardner Fox e com arte de Carmine Infantino que tudo começou.

Nesta história Barry Allen (Flash 2) encontra Joel Ciclone (este é seu nome no Brasil), porque nos Estados Unidos é Jay Garrick ou Flash 1.  Barry atravessa a barreira entre as Terras indo parar em Keystone City cidade protegida pelo Flash da Era de Ouro.

Os vilões o Pensador, Violinista e o Sombra unem-se para praticar roubos grandiosos, mas  os heróis enfrentam-nos e ao final Barry decide contar o que aconteceu a Gardner Fox para que transforme a história em HQ (metalinguagem pura). Esta HQ ficou conhecida como o ponta pé inicial para a Era de Prata da editora.

Sendo que a partir deste momento em diante os crossovers entre a Sociedade a Liga começam a acontecer. E o seu maior erro também, pois a LJA habitava na Terra 1, mas a Sociedade que veio primeiro ficava na Terra 2 nunca consegui entender este erro grave mais deixa pra lá.

No decorrer dos anos seguintes a DC Comics comprou outras editoras que foram incorporadas em Terras diferentes como: S – personagens Fawcett Comics: Shazam, Bulletman, Bulletgirl, Spy Smasher entre outros, X – heróis da Quality  Comics: Tio Sam e os Combatentes da Liberdade, 4 – heróis e vilões da Charlton Comics: Besouro Azul, Capitão Átomo, Sombra da Noite entre outros, Primordial – aonde o Superboy é o único herói e a LJA existe apenas nos quadrinhos entre várias outras Terras.

Continuando a editora em homenagem aos seus 50 anos de existência resolveu mexer na bagunça que era sua continuidade. Sendo recheada de um Multiverso que enlouquecia aos leitores novatos contendo várias versões  de um herói  com características próprias em cada Terra Paralela.

Esta fantástica maxi-série detonou tudo que as pessoas conheciam até aquele momento para renovar os rumos da Distinta Concorrente.

O Multiverso era pra mim um deleite, porque conheci vários heróis diferentes e suas vidas até aquela situação.  A Crise nas Infinitas Terras chacinou diversos personagens grandes conhecidos ou não que pereceram heroicamente durante aquele momento fatídico para salvar as pessoas ou o universo.

Entre eles destaco a Super Moça que para defender seu primo Kal-El ferido jogando-se numa ofensiva kamikaze contra o vilão Anti-Monitor. Sendo fortemente atingida por um raio o qual atravessou seu corpo.

A cena em  que o Super-Homem segura o corpo inerte de sua prima com diversos heróis em situação de luto é uma das mais marcantes e lembradas por artistas ou fãs (como este que vos escreve) ao longo destes anos.

E a outra morte importante foi a de Barry Allen, o Flash 2 que mesmo sofrendo um severo ataque psicológico do Pirata Psiquíco conseguiu se livrar e destruir o canhão de anti-matéria. Correndo e vibrando tão velozmente que seu corpo foi dilacerado sendo suas imagens residuais jogadas em diversos lugares tentando alertar seus amigos para o confronto vindouro. Barry Allen fez um sacrifício digno do herói que ostentava ser Alguns anos depois ressuscitaram  Barry e tivemos  Ponto de Fuga que falarei mais a frente, ok!

A HQ apresenta novos personagens o Monitor que surgiu originalmente para ser um vilão numa história dos Novos Titãs. Ele catalogava as habilidades e fraquezas de heróis e vilões vendendo pra criminosos.

Ainda temos: Pária um cientista que desencadeia a crise, Precursora que desempenha uma importante função na trama, a nova Doutora Luz, Lady Quark e o jovem Alexander Luthor (que tem uma origem similar a de Kal-El).

Vindo da Terra-3 aonde Lex Luthor é um herói casado com Miriam Lane (na verdade Lois é que a personagem era chamada assim algum tempo atrás aqui) e o Sindicato do Crime uma versão maligna da Liga eram os vilões. A animação Liga da Justiça: Crise em Duas Terras  que aborda um pouco disto mostrando que existe um Multiverso nas animações da editora. Eu gostei demais disso, porque futuramente poderá ser explorado mais vezes.

Na HQ heróis e vilões são colocados frente a uma ameaça terrível, o Anti-Monitor, que poderia levar o universo a extinção. Temos batalhas épicas, onde o palco de fundo é a Terra, dimensões espaciais e o próprio momento da criação do universo.

Contando com todos os personagens da editora que aparecem e desaparecem com a função de tentar impedir a fusão dos universos. Céus vermelhos, terremotos, furações, relógios correndo em sentido contrário, realinhamento de constelações tudo ao mesmo tempo isto é a Crise.

O plano do Anti-Monitor culmina na redefinição do universo. Surge na Aurora dos Tempos um universo unificado, que reúne elementos das cinco Terras que restaram e acaba por configurar o novo Universo DC.

Nada havia existido antes da Crise! É essa afirmação radical que tornou possível o reinício das histórias dos principais personagens da editora. Tudo feito pelas mentes habilidosas de Marv Wolfman, George Pérez e Jerry Ordway.

A maior ponta solta da crise é a Poderosa, pois vinda da Terra-2 continuou existindo num universo renovado porque estava no início dos tempos. Ela simplesmente estava aqui e até hoje não sei porque nunca desapareceu. É claro que gosto da heroína, mas porque aonde diversos heróis sumiram no limbo apenas ela ficou? Este é um mistério que nunca foi revelado.

Bom,  ao final da crise a editora conseguiu renovar todos os seus personagens e logo vieram a nova fase de sua Trindade: Superman por John Byrne, Batman por Frank Miller e David Mazzucchelli e Mulher Maravilha de George Pérez.

Uma volta ás origens beneficiando á nós leitores ávidos por histórias bem escritas de nossos artistas preferidos na época. Todos os heróis da editora foram reeditados nos anos seguintes trazendo novos recomeços.

Em, A História do Universo DC a Precursora (uma personagem importante na Crise) conta com detalhes e lugares todos os acontecimentos da “História do Heroísmo”. Tendo participação de praticamente todos os personagens do UDC.

Esta HQ é uma enciclopédia que mostra toda a história reeditada dos 50 anos da editora no pós-Crise. A impressionante capa de Alex Ross nos brinda com seus 4 maiores heróis: Superman, Batman, Mulher Maravilha e Capitão Marvel.

E na contra capa temos o restante da mitologia mais importante: Sociedade da Justiça, Liga da Justiça, Legião dos Super-Heróis, Tropa dos Lanternas Verdes e até o Sargento Rock.

A História do Universo DC serve como guia para todos os eventos do Pós-Crise contando as origens dos heróis situando-os cronologicamente no Novo Universo da época após a maxissérie. Como fã de Crise nas Infinitas Terras confesso que esta HQ é sensacional, pois o UDC é realmente rico, vasto repleto de personagens tanto legais quanto obscuros.

Então é aquela primorosa chance de aprender o que você não sabe e conhecer ainda mais seus heróis prediletos. É um item básico na estante, porque com todas as Crises posteriores tudo ficou definitivamente confuso. Por mim ficaria só na Crise, de 1985/1986 e não existiria nenhuma outra, pois a fórmula há muito já se desgastou.

Deixe um comentário

Arquivado em Meu Texto

Artista

John Byrne

Ele é o meu artista favorito de todos, pois foi com seu estilo dinâmico que comecei a ler o kriptoniano. Eu tinha 12 para 13 anos quando saiu a reformulação do Homem do Amanhã após a maxissérie Crise nas Infinitas Terras.

A edição Super-Homem  n° 38 trazia “Sob os Raios da Aurora Verde” com argumento e arte de Jonh Byrne e arte final de Dick Giordano, recontando a origem do maior de todos os super-heróis.

Já na primeira edição fomos apresentados a um planeta Krypton frio e científico, bem diferente do que era conhecido pelos leitores até então, com uma sociedade fechada e isolada. Conhecemos Jor-El e Lara (os pais biológicos de Kal-El) e o dilema de enviar seu filho, ainda um embrião pra a Terra. Na época achei muito impactante e passei a usar a mesada que meu pai me dava pra comprar todo mês uma revista do Super-Homem.

O Super de Byrne era totalmente diferente, pois não voava atravessando a barreira do tempo e também não era nenhum gênio científico.

Essas mudanças vieram com a afirmação que Kal era o único sobrevivente de Krypton e foram um sucesso tremendo. Além do fato que havia sumido com o Superboy e a Supergirl deixando milhares de fãs atônitos.

A releitura de Byrne foi tão profunda que mexeu no status quo da relação que havia entre o Azulão e o Homem-Morcego. Se antes eles eram amigos com a mudança divergiam na maneira de combater o crime.

Havia até uma desconfiança mútua que lentamente foram modificando através dos anos.

Lois Lane continuava atrás do Super-Homem, mas para ter matérias exclusivas sobre o herói. E foi um momento marcante quando Clark surgiu do nada com a “Reportagem do Século”, deixando-a com muita raiva dele por um bom tempo.

Na concepção do artista Lex Luthor não eram ais aquele cientista do mal, tipo o que havia no desenho dos Super Amigos. Ele tornou-se um executivo de sucesso que mantinha negócios escusos por debaixo dos panos (melhor impossível).

O legado de Byrne foi criar a vilã Magpie e tornar o Azulão mais aceitável, pois se antes era tido como um “deus” durante a revitalização foi transformado num herói mais “humano”.

Logo me tornei fã de Byrne, pois passei a acompanhar seu trabalho na Marvel com o Quarteto Fantástico aonde o grupo tinha aventuras por vários cenários diferentes: dos confins do espaço sideral ao centro da Terra; do mundo dos sonhos; á Zona Negativa; do passado ao futuro.

 Mulher-Hulk  aonde suas aventuras solo eram marcadas pela comédia, com um tratamento diferenciado no qual Jennifer Walters sabia ser uma personagem de quadrinhos e ficar se comunicando com os leitores o tempo todo, bem como com o próprio Byrne. Sua forma de apresentar a heróina engraçada e ao mesmo tempo sensual foi uma das melhores coisas que já pude ler.

Sem esquecer de Namor que ganhou a  primeira revista solo em décadas e Byrne explorou o personagem de um modo diferente: atuando como um empresário em prol da preservação dos mares. Outro bom trabalho sem o merecido sucesso.

Também tive o privilégio de ler o Gigante Esmeralda. Byrne definiu que o Hulk surgiu cinza e só depois tornou-se verde (assumindo um problema de colorização na primeira edição da revista do monstro, em 1962), criou os Caça-Hulks, separou Bruce Banner do Golias Esmeralda algo que acarretou um enorme problemas para os dois e casou o cientista com a velha namorada Betty Ross. E ainda pôs o monstro em fúria cega e assassina contra todos os Vingadores.

John Byrne é o melhor artista dos anos 1980 seu maior talento consiste em transformar para melhor qualquer personagem em que põe as mãos. Com o acréscimo dos anos fui adotando outros artistas ao rol dos meus preferidos, mas Byrne terá um lugar cativo pra mim eternamente.

Confira na galeria abaixo alguns trabalhos de John Byrne que garimpei na web

Deixe um comentário

Arquivado em Artista

Superman: Através dos Tempos

Super-Homem – Ruby-Spears – 1988

O desenho foi ao ar pela Rede CBS e foi produzido pela Ruby-Spears Productions.

A intenção era coincidir com o aniversário de 50 anos do Homem de Aço. Na mesma época o seriado live-action do Superboy também estreava na telinha.

A produtora é bastante conhecida por diversos outros desenhos que marcaram a criançada dos anos 70 e 80 (como esse humilde comentarista). Desenhos como Thundarr, O Bárbaro, Buggy, a jato, Homem Elástico, Mr. T, Alvin e os Esquilos, de 1983.

Podemos notar que a abertura homenageia tanto a versão de George Reeves, quanto do Christopher Reeve com a trilha sonora de John Williams (um pouco modificada).

A parte interessante fica por ter como referência a reformulação do herói feita por John Byrne, pois temos Lex Luthor usando anel de kriptonita, um magnata corrupto igualzinho ao dos gibis. Infelizmente o vilão não podia ser preso (por falta de provas).

Lex tinha um relacionamento amoroso com Jessica Morganberry, a personagem foi criada pro desenho e sua inspiração veio da Senhorita Tessmacher do filme, de 1978.

A versão da Ruby-Spears apresentou outros vilões como Cybron, um cyborg futurista (parecido com Brainiac), o Caçador, uma fera criada pelo General Zod para exterminar o Azulão e Morpheus, um cientista que conseguiu a façanha de retirar os poderes do herói.

Outros coadjuvantes importantes das histórias do kriptoniano também marcaram presença como Perry White, Jimmy Olsen e Lois Lane.

Definitivamente o que me marcou nesta versão foi o Álbum de Família do Superman, no qual  ficávamos sabendo sobre a vida de Clark (desde criança até virar adulto).

Como curiosidade o artista Gil Kane foi quem fez o design desta versão e também Marv Wolfman participou da produção.

Pra fechar o episódio mais lembrado desta versão é aventura que o Super-Homem uniu forças com a Mulher-Maravilha para frustrar os planos de uma feiticeira que dominou a Ilha Paraíso.






2 Comentários

Arquivado em Superman: Através dos Tempos

Superman: Através dos Tempos

Super-Homem – O Homem de Aço (The Man of Steel) John Byrne – 1986 

Pra mim na época não fazia ideia da dimensão da importância desta HQ, mas gostei da arte de John Byrne e todo mês passei a comprar um gibi do Super-Homem. Antes disso meu primeiro contato com o Super nos quadrinhos foi numa HQ aonde ele era dividido em dois por um casal de feiticeiros se não me engano com arte de Gil Kane.

John Byrne é um grande escritor e desenhista, na época um dos mais prolíferos contadores de histórias (e ainda tinha como arte-finalista Dick Giordano).

Byrne sempre teve a fama de fazer mudanças radicais nos personagens que punha as mãos e com o Super não foi diferente. Apesar de descartar a existência do Superboy e da Supermoça e outros personagens da mítica do herói. 

Foi com Byrne surgiu a afirmação de que “Superman nunca foi Superboy”, pois em sua versão Clark Kent vestiu o uniforme somente quando adulto.

Algo complicado pra mim que começava minha carreira de leitor nesta época, porque logo depois de Crise nas Infinitas Terras (uma série bombástica aonde conheci vários heróis), comecei com este renovado Superman.

Nesta época eu já conhecia um pouco do Super Pré-Crise, que podia voar ultrapassando a barreira do tempo, ficar sem respirar no espaço por um longo período entre outras coisas clássicas e conhecia o Superboy também.

O Superman Pré-Crise era praticamente um deus e Byrne humanizou o kriptoniano tornando-o mais aceitável. Foi com a influência do Superman de Chris Reeve e do Super de John Byrne que passei a me tornar um fã de quadrinhos e hoje em dia tenho orgulho.

Ao final da maxi-série Crise nas Infinitas Terras, todo o Universo DC, agora “condensado” em uma só Terra (antes haviam várias delas), foi totalmente reformulado, alterando origens e as recontando para uma nova geração de leitores.

A edição já começa em Krypton com Jor-El descobrindo o motivo que levou a sociedade kriptoniana a entrar em colapso. Então Lara e ele acabam constatando a terrível verdade e tendo como único recurso enviar Kal-El para o longínquo planeta Terra (Lara estava horrizada).

Enquanto o planeta exlpode o foguete do pequeno Kal-El singra pelo espaço (logo há um lapso de tempo).

É quando vemos Jonathan contar pro Clark que foi encontrado num foguete e o rapaz fica atônito com a revelação.

Outra parte importante é que a medida que Clark ia crescendo seus poderes ao mesmo tempo iam se desenvolvendo.

Nesta época Smallville ainda era conhecida por Pequenópolis (aqui no Brasil).

Martha fez o traje, enquanto Jonathan inventou o visual nerd do novo Clark Kent.

O primeiro encontro com Lois Lane foi na comemoração do aniversário  da cidade de Metrópolis. Houve um acidente durante a apresentação do ônibus espacial e como Clark estava na multidão agiu de impulso (ele fica encantado com Lois e o sentimento é recíproco).

Lois Lane tenta uma entrevista com o Superman, mas é Clark quem começa a trabalhar no jornal Planeta Diário. Há até uma certa inveja de Lois por causa desta matéria sempre lembrando-o que roubou dela.

Como curiosidade é aqui que adotam o nome original da jornalista, pois no pré-Crise seu nome era Miriam Lane.

Lex Luthor é o maior empresário e o homem mais poderoso de Metrópolis. Até o surgimento do Homem de Aço na cidade deixando o careca furioso de tanta raiva.

Lex tenta transformar o Azulão em seu empregado e põe a nata da cidade como refém numa situação de risco de propósito (apenas pra chamar a atenção do herói). O empresário é preso, mas logo em seguida sai da cadeia começando seu ódio para destruir de qualquer maneira o Super-Homem.

O cientista Doutor Teng clona o Azulão e a experiência sai pela culatra e temos como resultado temos uma nova versão pro vilão Bizarro,um clone mal feito do herói. Ao usar algumas lembranças de Clark, Bizarro vai atrás de Lois e o confronto de ambos faz retornar a visão de Lucy Lane, irmã de Lois.

O primeiro encontro de Batman e Superman aonde resolvem um caso no museu (aparecimento da vilã Magpie). Os Melhores do Mundo estabelecem um respeito mútuo, algo bastante diferente da amizade que existia no período Pré-Crise.

E por último o Super-Homem descobre sua herança kriptoniana (sendo através de um holograma que Jor-El lhe revela a verdade). Tudo faz parte de suas lembranças, pois ao decidir deixar Pequenópolis contou toda a verdade pra Lana (que sonhava casar com ele).

 O grande êxito da passagem do artista pelas páginas do Azulão. Foi reconstruir seu status quo de uma maneira que tornasse o Homem de Aço mais acessível pra geração de leitores que a editora queria angariar.

Foi assim que em 1986,John Byrne  recriou a mitologia do Superman para uma nova DC e, logo depois criou uma nova série mensal (Superman) que durou até 2006, com 226 números publicados.

Alguns elementos desta reformulação tornaram a ser alterados com o passar dos anos, principalmente na mini-série O Legado das Estrelas, que recontou mais uma vez a origem do herói.

Mas a grande maioria dos leitores adotaram a versão de John Byrne como a oficial, considerada por muitos, a melhor reformulação do herói produzida até hoje.

1 comentário

Arquivado em Superman: Através dos Tempos