
Liga da Justiça da América
A equipe mais famosa dos gibis e querida dos fãs. Surgiu na edição The Brave and The Bold #28, em fevereiro de 1960 (no evento que ficou conhecido como a Era de Prata). Em outubro do mesmo ano a equipe ganhou um título próprio.
Por falar em Era de Prata devo justificar um erro largamente comentado por várias pessoas, pois afirmam que Barry Allen é o precursor deste momento. Mais na verdade o herói que marca o início é o Caçador de Marte, em 1955.
A LJA não teria a importância que tem hoje se não fosse o surgimento 20 anos antes da Sociedade da Justiça. A Liga é simplesmente composta por alguns heróis da Sociedade da Justiça redefinidos para aquele período.
Então temos o Flash II (Barry Allen) – uma versão remodelada do Flash I (Joel Ciclone), o Lanterna Verde II (Hall Jordan) – uma versão científica do Lanterna Verde (Allan Scott) e Eléktron (Ray Palmer) – uma versão do herói Átomo (Al Pratt).
Uma curiosidade é que no desenho antigo dos anos 60 Eléktron era chamado de Átomo (igual ao herói original).
Os integrantes da primeira formação eram: Super-Homem (Kal-El), Batman (Bruce Wayne), Lanterna Verde (Hal Jordan), Mulher- Maravilha (Diana Prince), Aquaman (Arthur Curry), Flash (Barry Allen) e Ajax (J’onn J’onzz).
Estes são os mais emblemáticos, porém o caso mais importante foi do Super-Homem. O original chamava-se Kal-L e o renovado Kal-El. Kal-L existia na Terra 2 aonde estava a SJA e todos os heróis da Era de Ouro da editora.
E a Terra 1 com o Super-Homem da LJA e todo panteão que veio dos anos 1960 com isto deu-se início um novo momento nos quadrinhos da DC: as Terras Paralelas.
Aonde heróis consagrados habitavam outras Terras, mas existindo de forma diferente da qual conhecemos.
Foi um conceito bem explorado que acabou virando um monstro de continuidade e eclodiu na Crise nas Infinitas Terras e por mim poderia ter parado nesta crise, porque o que veio depois serviu apenas para confundir ainda mais a nossa cabeça.
Outra personagem que teve algumas enrolações foi a Mulher Maravilha que foi membro da SJ. Mais dizem também que a Rainha Hipólita “viajou” ao passado sendo a MM daquela época (algo bastante complexo devo dizer).
Porém nota-se em algumas HQs que foi realmente a Diana Prince original (da Terra-2). A integrante da equipe causando uma confusão de continuidade enorme na cabeça dos fãs.
Na primeira história os heróis se reúnem para combater um grupo de alienígenas. A intenção deles era fazer do planeta Terra seu campo de batalha. E então decidirem quem reinaria em seu planeta natal. Eram alienígenas com corpos feitos de madeira, pedra, mercúrio, cristal, fogo e um pássaro amarelo.
Os heróis cada um respectivamente foram lutando contra os invasores e tiveram que se reunir numa batalha final para vencê-los definitivamente. Deste momento em diante decidiram formar uma equipe para combater qualquer perigo alienígena surgindo a Liga da Justiça da América.
Depois da Crise (nas Infinitas Terras) devido a reformulação Batman, Super-Homem e Mulher-Maravilha não participaram da formação da equipe. No pós-Crise enquanto os melhores do mundo divergiam em suas formas de combater o crime.
A Mulher-Maravilha tinha vindo ao mundo do patriarcado somente durante Lendas (então ela não havia surgido na HQ da Liga nos anos 60).
No lugar de Diana incluíram a Canário Negro (Dinah Lance) que também foi reformulada naquele período.
Em 1998, na edição Os Melhores do Mundo # 21 temos Liga Justiça: Ano Um (que guardo com carinho em minha coleção). Com arte de Barry Kitson e argumento de Mark Waid e Bryan Augustyn.
Temos a origem da LJA sendo recontada. A parte interessante nesta renovação foi ver o início do relacionamento (difícil entre eles), mostrando uma ótica mais intimista, valorizando a personalidade de cada um. Ficamos sabendo como se formou a amizade, confiança e liderança na equipe (são edições para qualquer fã ler e apreciar).
Bom, quando comentamos sobre desenho da Liga geralmente pra nós mais velhos vem a memória os Super Amigos, mas a Filmation também mostrou uma versão.
A equipe era composta por Superman, Aquaman, Lanterna Verde, Gavião Negro e Átomo (na verdade era o Eléktron). Infelizmente não havia nenhuma presença feminina pra dar uma graça (não sei por qual motivo).
É claro que se comparada aos dias de hoje é bem fraca, mas é um clássico do gênero. Em 2008 a Warner Home Video lançou um DVD intitulado DC Superheroes: The Filmation Adventures num conjunto de 2 DVDs (contendo 18 episódios). Vale a pena e eu gostaria de ter.
Em 2001 tivemos a Liga da Justiça de Bruce Timm mostrando a melhor caracterização do grupo até a atualidade. E geralmente quando falamos da última versão animada somente BT é lembrado.
Mais também não devemos esquecer de Paul Dini o grande roteirista que ajudou a consolidar o sucesso da franquia.
A melhor parte foi o respeito pela personalidade dos heróis aonde reapresentaram origens melhores que nos gibis (caso da Poderosa e Apocalypse). A trilha sonora é bastante marcante e inesquecível (heroica mesmo).
Apesar da arte estilizada de BT, Liga da Justiça conta com roteiros enxutos que não são feitos para crianças, pois infelizmente aqui no Brasil. Todo e qualquer desenho é rotulado como “infantil” (sinceramente eu não consigo entender isto).
Outro fato interessante foi mostrar vários personagens do UDC (alguns conhecidos e outros que estavam no limbo). Algo que foi posteriormente reaproveitado em Batman: Os Bravos e Destemidos.
Fora alguns episódios memoráveis a melhor coisa na animação foi o respeito na forma como representou a equipe. Liga da Justiça é um prato cheio para os fãs de longa data e uma chance pros novatos conhecerem melhor nossos super-heróis.
A equipe já teve inúmeras formações e uma de suas fases mais conceituadas foi de 1970 (uma época querida pelos fãs mais antigos conhecida como “fase Satélite”).
Período em que Super-Homem agia como seu porta-voz e Batman o estrategista de campo. A equipe lutava contra invasões alienígenas, magos superpoderosos e fez viagens interdimensionais através do Multiverso.
Outro fato marcante eram as constantes discussões entre Arqueiro Verde e Gavião Negro e as constantes reclamações de Nuclear quando ia fazer plantão no monitor.
Depois desta época áurea a equipe amargou baixas vendas com a “Liga Detroit” nos anos 80 (período pré-Crise). Composta por Ajax, Homem-Elástico (Ralph Dibny), Zatanna, Gládio (Henry Hank Heywood III), Vibro (Paco Ramone), Vixen (Mari Jiwe Macabe), e Cigana (Cindy Reynolds).
A equipe não fez o devido sucesso que a versão anterior e terminou sendo derrotada e em Lendas pelo vilão Enxofre (seu término marcou a ascensão da Liga Cômica). Numa excelente fase (no pós-Crise) comandada por Keith Giffen , Kevin Maguire e J. M. DeMatteis.
O foco da narrativa era o relacionamento dos heróis (deixando de lado os supervilões ou investigações de crimes) e a inovação foi pegar a maioria dos heróis ditos assim de segundo escalão.
Bom, a parte mais engraçada era ver Gladiador Dourado e Besouro Azul zoando tudo. Eles brilharam constantemente formando uma dupla impagável. Acentuaram a personalidade do “cabeça de cuia” Guy Gardner (alguém que todos “adoravam” odiar).
Foi marcante o momento em que Batman nocauteou Guy com “apenas um soco” (fato que foi muito comentado pelo resto do grupo). E quando ele recebeu uma pancada na cabeça abitolou de vez virando “frufru”.
Billy Batson não tinha um comportamento adulto quando se transformava em Capitão Marvel (recebendo o apelido carinhoso de “Capitão Fraldinha”).
A equipe era formada por diversos heróis: Batman, Capitão Marvel, Besouro Azul, Gladiador Dourado, Canário Negro, Ajax, Doutora Luz, Guy Gardner, Senhor Milagre, Oberon e Senhor Destino.
Mais ao longo das publicações tivemos Soviete Supremo, Fogo, Gelo, Capitão Átomo entre outros. Quando a equipe foi comandada por Maxwell Lord (seu porta-voz) a equipe começou a trabalhar para ONU tendo sedes em vários países (embaixadas).
A mais divertida era Liga Antártida com membros que ninguém queria por perto. Como o impagável Lanterna Verde G’nort (seu jeito ingênuo lembrava demais o Pateta). Uma das melhores épocas da equipe.
Quando terminou este sucesso (em 1997) tivemos um outro recomeço da equipe com o gibi “Os Melhores do Mundo”. Logo os heróis Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Lanterna Verde (Kyle Rayner), Aquaman e Flash (Wally West) tornaram-se os sete magníficos.
Desta vez Grant Morrison trazia roteiros que brincavam com a nossa imaginação (aliado ao estilo diferente de Howard Potter). Os heróis estavam na Torre de Vigilância na Lua lembrando a fase de 1970. Esta época ficou marcada pelo contexto clássico com algo diferente.
A inclusão de Kyle Rayner (um Lanterna Verde inexperiente que queria demonstrar seu valor), Wally West (consolidando seu posto de Flash) ou mostrando uma guerra contra o céu (inclusão do anjo Zauriel) e o enigmático Aztek (Curt Falconer).
Ou ainda outros personagens como Grande Barda, Scott Free (Senhor Milagre), o irascível Orion, Oráculo (Barbara Gordon), Connor Hawke (Arqueiro Verde II), Caçadora (Helena Bertinelli) que fora expulsa da Liga (algo aproveitado na animação), o inteligente Aço (John Henry Irons) e o engraçadíssimo Homem-Borracha (El O’Brien).
Na quinta temporada de Smallville tivemos uma formação juvenil da Liga ( que foi bastante comentada) na época.
A equipe era composta por Impulso (Kyle Garner), a versão adolescente do velocista Flash (nos gibis). Aquaman (Alan Ritchson), Ciborgue (Lee Thompson Young) e Arqueiro Verde (Justin Hartley).
A LJA tem diversos outros arcos importantes de histórias e assim que puder estarei comentando alguns.
Confira na galeria abaixo imagens da Liga da Justiça
