Mulher Maravilha
Wonder Woman foi criada pelo psicólogo William Moulton Marston (sob o pseudônimo de Charles Moulton) a pedido da National Comics Publications (atual DC Comics). A primeira aparição de Diana foi na edição All Star Comics # 8, em 1941.
Só pra constar, nossa heroína já foi conhecida por aqui como Miss América e também Super-Mulher (não sei explicar por qual motivo).
A Princesa Amazona nasceu com a intenção de atrair o público feminino para ler gibis. Dizem as lendas que a inspiração da heroína veio de Elizabeth H. Marston (esposa do autor) e secretamente de sua ex-aluna Olive Byrne (que era sua amante).
A Mulher-Maravilha original era interessante por que mesmo sendo forte e capaz de feitos incríveis. Usava seus poderes como último recurso (principalmente se todos as perspectivas não derem certo). Sua prerrogativa era ser uma embaixadora da paz e através do diálogo mostrar que o mundo poderia ser melhor e diferente.
Essa visão feminina aliada aos seus superpoderes decretou o sucesso da heroína (que entrou em contraste com o chamado “sexo frágil” que reinava naquele período). É importante lembrar que algumas pessoas ficaram indignadas e acharam até indecente seu traje (só porque ela estava de minissaia). Bom, “imaginem” se as pessoas daquela época vissem os uniformes atuais iriam morrer do coração.
Esta fase é marcada pelo triângulo amoroso entre Diana, Steve Trevor e Mulher-Maravilha. Podemos notar que na primeira história não havia o famoso Laço da Verdade (somente os braceletes aparecem).
Ao longo dos anos a Mulher-Maravilha tornou-se um ícone da liberação feminina tão famosa (que grande maioria das mulheres a admiram e exaltam).
Podemos notar curiosamente que ela nasceu numa versão da ilha de Lesbos (um lugar paradisíaco livre da influência do homem). Eles eram proibidos de pisar na ilha (antigamente diziam que as consequências seriam desastrosas).
Outro fato interessante são as várias insinuações de simbolismo sexual nas histórias da heroína tipo bondage e submissão (ela torna-se submissa ao homem que unisse seus braceletes). Isto serviu como prato cheio para Fredric Wertham quando promoveu sua caça aos gibis (durante a década de 1950).
Lembro também que ao ser presa pelo Laço da Verdade ela ficaria fraca (Super Amigos). Não sei por qual motivo, mas infelizmente inventaram isso.
A Mulher Maravilha original foi uma das primeiras heroínas das HQs, no entanto seu papel era bem diferente do qual a conhecemos atualmente. Em 1940, ela estava jogada ao posto de secretária da Sociedade da Justiça. Sem poder sair em missões com o resto da equipe.
Não sei por que impuseram este castigo (talvez seja por algum motivo fútil ou puro machismo mesmo).
Após um hiato de histórias ruins (recheadas de clichês de ficção científica). Tivemos em 1968 a famosa fase em que a heroína foi reformulada. Neste período a Mulher Maravilha perdeu seus poderes (as amazonas foram viajar para outra dimensão).
E Diana não foi com suas irmãs (preferindo ficar com Steve Trevor que estava sendo julgado). Sem seus poderes (e uniforme também) Diana aprendeu Kung Fu com o mestre I-Ching. E tornou-se dona de uma butique (esta é uma fase cult da heroína) que contava com cores bastante psicodélicas.
A primeira mulher a personificar a personagem foi Linda Harrison ( ela foi Nova em O Planeta dos Macacos). Em “Who´s Afraid of Diana Prince?“, de 1967. A série televisiva nunca aconteceu, mas teve um episódio piloto no qual tínhamos Ellie Wood Walker (princesa Diana) e Maudie Prickett (mãe de Diana).
O produtor William Dozier (o mesmo de Batman & Robin) aproveitou o sucesso da Dupla Dinâmica para tentar engatilhar esta série, mas ficou apenas no piloto. A inclinação para comédia era óbvia mostrando Diana uma jovem desajeitada e sua mãe que vivia lhe chamando atenção. Quando sua mãe saia de seu quarto a princesa se transformava na bela Mulher-Maravilha para então poder salvar o dia.
Esta produção nunca foi ao ar e talvez possa ser encontrada na web (perdido em algum site).
Cathy Lee Crosby interpretou a heroína, em 1974. Num filme que seria o episódio piloto para a série da personagem. Devido a baixa audiência quando foi ao ar a rede ABC decidiu engavetar o projeto.
Então tivemos Lynda Carter que alcançou o coração de todos ao encarnar a personagem em 1975. Nesta versão Diana é uma oficial da Marinha (e não uma enfermeira como aparecia nos gibis). Sua origem baseada na mitologia grega foi descartada e as histórias envolviam nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Sua transformação girando o corpo ficou histórica (tanto que num episódio de Liga da Justiça a personagem faz o mesmo). Se não me engano é do Príncipe Viking. O ator Lyle Waggoner foi escolhido para interpretar Steve Trevor e Debra Winger como Moça-Maravilha. Este famoso seriado ajudou consolidar a imagem da Mulher-Maravilha como um ícone mundial.
Tanto que em 2011 tentaram revitalizar a personagem com a atriz Adrianne Palicki num seriado televisivo. Tivemos várias imagens da atriz vestida como Mulher-Maravilha, pois houve até uma polêmica por causa da calça (muitos queriam o tradicional short estrelado).
Infelizmente foram apenas boatos e nada mais. Depois veio Amazon que viria na mesma linha de Smallville, mas também foi um projeto engavetado.
A indústria cinematográfica de quadrinhos cresce bastante nos últimos anos (estamos vendo várias produções sendo lançadas).
Os produtores estão reticentes em lançar um filme estrelando uma heroína, pois talvez não deva render uma boa bilheteria. Devemos lembrar que os super-heróis masculinos fazem bastante sucesso (fato inegável). E tivemos um bom exemplo disso basta lembrar do filme Elektra, de Rob Bowman (um fiasco inesquecível).
A participação da Viúva Negra (Os Vingadores) provou pra mim que algo poderia até ser feito, mas como fã acredito realmente que é um projeto que nunca tão cedo irá acontecer.
Sempre esbarra numa apresentação plausível e interessante para a heroína (todo seu conceito de origem é baseado na mitologia grega). Talvez “suponho” se não houver spin off do filme da Liga teremos uma explicação dentro de algum outro longa .
Eu não entendo esse medo, pois se tivemos Lynda Carter desfilando de uniforme nos ano 70 e vários fan film na web, porquê ninguém tem coragem de adaptar a heroína pros dias de hoje?
Uma das melhores fases da Mulher-Maravilha pra mim foi no período pós-Crise. Quando o roteirista Greg Potter e o artista George Pérez trouxeram novamente a origem baseada na mitologia grega. Recontando tudo as amazonas eram mulheres que reencarnaram após terem sofrido pela ignorância e selvageria do homem.
Diana veio ao nosso mundo para enfrentar e deter o insano deus da Guerra Ares (que usava de vários artifícios para destruir o mundo). Diana foi acolhida pela professora Julia Kapatelis (que ajudou na compreensão do mundo ao qual vivemos).
A representação de Diana feita por Pérez é inesquecível, porque mesmo sendo linda. Diana é simpática, espontânea, doce, mas uma guerreira feroz e muito combativa.
Durante os anos 80 tivemos muitas insinuações de uma relação afetiva entre o Super-Homem e a Mulher-Maravilha, porém houve uma intensa relação sexual promovida pelo casal. Foi em Batman: O Cavaleiro das Trevas 2 –parte 2 ( HQ muito criticada por alguns fãs). Eles começam a transar em pleno ar causando vários problemas como terremotos, maremotos e o velho Homem de Aço engravida a Princesa Amazona.
Na clássica O Reino do Amanhã (linha Elseworlds) o super casal também tem um filho batizado de Bruce. Recentemente após o reboot houve um estardalhaço pela web quando os heróis apareceram se beijando.
Alguns fãs reclamaram desta situação, mas pra mim foi algo que já havia acontecido inúmeras vezes (depois ficamos sabendo que não rolou nada demais).
Já na HQ Ponto de Ignição Diana mata Mera numa luta e então Arthur declara guerra contra Themyscira (tudo não passou de um ardil do Mestre dos Oceanos). Ponto de Ignição é um conceito que me lembra demais qualquer outra Crise que a editora já publicou. Ponto de Ignição abriu o caminho para redefinição do UDC. E sinceramente não gosto do gibi, mas adorei a versão animada.
A Mulher Maravilha é uma das personagens mais importantes das histórias dos quadrinhos, mas carece de histórias relevantes. Devo destacar que Odisseia chamou minha atenção (em parte por não esquecer o que foi feito com George Pérez e Phil Jimenez), mas recomeçar praticamente do zero.
Comentaram bastante a mudança em seu uniforme que ficou de acordo com estava sendo proposto. Mostrando Diana presa numa realidade em que todo seu passado foi destruído.
Determinada em buscar respostas (sua alma estava quebrada por dolorosas lembranças fugidias de sua mãe e das amazonas). Os mitos gregos estavam sendo caçados e mortos e a princesa precisava conhecer seu inimigo e ao mesmo tempo salvar sua memória.
Foi uma busca por autoconhecimento magistral feita por J. Michael Straczynski (algo que não era feito há um bom tempo com a heroína). Esta história saiu por aqui no miolo de Universo DC (2011) e em Wonder Woman # 600 (no original).
Só pra fechar, em Batman: Os Bravos e Destemidos temos uma homenagem com participação de Diana aonde Bruce sente um pouco de ciúmes de Steve Trevor. Há uma mudança no status quo, pois geralmente é o herói que salva a mocinha. E aqui vemos o contrário (dizem as lendas que nas aventuras antigas da heroína era isso que acontecia).
Na Liga da Justiça (primeira temporada) temos o episódio triplo nos Tempos de Vandal Savage. No qual Steve é introduzido na Segunda Guerra Mundial (e dá um beijo em Diana).
Confira na galeria abaixo imagens da belíssima Mulher Maravilha