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Batman: O Cavaleiro das Trevas

Lançada em 1986 esta minissérie em quatro edições causou grande impacto nos leitores e na indústria dos quadrinhos foi editada no formato prestige de melhor impressão e qualidade de papel.

BCT revolucionou o modo como Batman era visto recebendo cobertura na época da imprensa nacional e internacional, tornando-se tanto um sucesso criativo quanto comercial.

Conheço o Morcego desde 1982 quando, antes do extinto Programa TV Mulher, eu assistia a Batman e Robin com Adam West e Burt Ward. Ficava me perguntando como eles trocavam de roupa quando desciam pra caverna, pois era muito rápido.

A música tema com: pow, crash e punch era como se fosse num gibi. O Comissário tinha uma linha direta com a batcaverna. O Robin dizia gracinhas a todo instante.

Isso fora os vilões Rei Tuth, Face Falsa, Coringa, Pinguim, Cabeça de Ovo, Mulher-Gato e Charada. O gancho no final me deixava intrigado para saber o que iria acontecer no dia seguinte.

Foi assim que tive o meu primeiro contato com o universo do Morcego.

Mas um belo dia de 1987 (estava com 14 anos e iniciando no mundo dos quadrinhos) me deparei com BCT.

Aquele Bruce Wayne de bigode, velho e desnorteado me impressionou bastante. Batman está aposentado há dez anos por causa da morte de Jason Todd (o segundo Robin).

Uma onda de calor assola Gotham City enquanto a gangue mutante aterroriza a população.

Durante toda noite Bruce, com 55 anos, é atormentado por seus “demônios pessoais”: A queda no buraco que o levou até a caverna e a volta do cinema quando seus pais foram assassinados. Numa noite tenebrosa, chuvosa e tempestuosa ele acaba assistindo na TV uma reprise de Zorro estrelando Tyrone Power e a entrada do morcego pela janela foi o estopim para que Batman pudesse se libertar vestindo o uniforme.

Na TV é discutida a influência do Batman sobre as pessoas, pois a opinião pública está dividida sobre sua maneira de agir.

Frank Miller deixa bem claro que mesmo para alguém de quase sessenta anos Batman não têm dúvidas sobre seu modo de agir e não dá mínima pro que estão pensando.

Ele age punindo os criminosos e salvando os inocentes.

Dr.Bartholomew Wolper trata da psicose de Harvey Dent e o Dr.Herbert Willing restaura seu rosto deformado. Este fato curioso fez sua situação mudar para melhor. Psicologicamente, vemos outra coisa acontecer. E apenas Batman tem conhecimento de causa pra isso, pois Bruce Wayne não existe ele é apenas uma farsa e Batman sua verdadeira personalidade.

Batman age de forma violenta, porque a violência tomou conta de sua cidade e ele faz de tudo para controlá-la novamente.

Com o retorno do Morcego o Coringa desperta dum estado catatônico eles antagonizam duma maneira doentia. Enquanto o Batman é obcecado por controle, o Coringa age como uma força da natureza incontrolável e o duelo final entre eles é perturbador.

O Comissário Gordon está mais velho e mais mal humorado do que nunca e parte pruma digna aposentadoria. Ellen Yindell é nomeada para ocupar seu cargo prometendo caçar o Morcego fato que ela cumpre.

Eu assistia a série televisiva do Morcego quando era garoto e passei a odiar o Robin quando num episódio ele atrapalha o beijo da Mulher Gato no Batman. Pra dizer a verdade nunca tinha visto importância no Robin achava-o chato com aqueles santa não- sei -o –quê pra lá e pra cá.

Até que me deparei com Carrie Robin Kelly desempenhado papéis importantes na trama. Desta eu gostei.

Ronald Reagan ainda é o presidente dos Estados Unidos e a Guerra Fria é uma presença preocupante nos noticiários de televisão.

O Super Homem virou um agente do governo a contra gosto.

Mesmo que Batman pense que Clark esteja errado a questão não é só essa. Uma investigação do governo fez todos os heróis debandarem, mas Batman se recusa a acatar tal ordem e está disposto a desafiar todos que estiverem em seu caminho.

A guerra demonstra esse embate ideológico entre os dois.

Super-Homem tenta salvar a humanidade dela própria e Batman em sua eterna luta pessoal não se detém por nada. Na luta ideológica entre eles está o grande clímax desta HQ e Batman usa sua estratégia de maneira ímpar.

A partir desta obra temos representada a luz (Super Homem) e a escuridão (Batman) aonde todos copiaram a abordagem de Frank Miller.

Esta clássica HQ foi a primeira edição da linha Elseworlds (Túnel do Tempo-aonde um futuro possível talvez possa acontecer.) e apresenta a forma definitiva da personalidade do Batman.

Título original: Batman: The Dark Knight Returns

Texto e arte: Frank Miller

Arte- Final: Klaus Jason

Guache: Lynn Varley

 

2 Comentários

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2 Respostas para “HQ

    • Batman e Superman são dois dos meus heróis favoritos suas mitologias são ricas e fascinantes, pois ao longo das décadas os roteiristas e artistas transformaram ambos em ícones pop. Obrigado pelo seu comentário.

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